A Usiminas protocolou um pedido de dissídio coletivo junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para finalizar o Acordo Coletivo 2024-2025 em Ipatinga. A empresa divulgou essa informação na tarde de segunda-feira (20).
Em 13 de janeiro, ocorreu uma reunião mediada pelo MPT na sede do órgão em Coronel Fabriciano. Apesar disso, não houve consenso entre as partes. A Usiminas alega que sua última contraproposta não foi submetida pelo sindicato à avaliação dos trabalhadores.
A siderúrgica justificou a medida afirmando que houve “seguidas recusas em mesa pelos representantes do Sindipa das propostas realizadas pela empresa durante as tentativas de negociação, se negando a realizar a assembleia para votação dos empregados”.
Segundo a Usiminas, a proposta inclui um reajuste salarial de 5,17%, representando ganho real em relação à inflação do período, além de um aumento de 20% no vale-alimentação e uma carga extra de R$ 600,00 no mesmo benefício. A empresa destaca que “os valores estão equiparados ou acima do que foi negociado pelas demais companhias da indústria do aço no Brasil, mesmo diante dos desafios na indústria e a necessidade de se manter competitiva frente à crescente importação de produtos chineses que entram subsidiados no Brasil”.
Por outro lado, o sindicato reivindica um aumento real de 7%, superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado em 4,6%. Geraldo Magela, presidente do Sindipa, afirmou em outra oportunidade: “O que nós temos da pauta de reivindicação é o 7% de ganho real. Isso foi aprovado na pauta de reivindicação, mas nós estamos exigindo que a empresa aumente esse reajuste para trazer para a Assembleia novamente”.
Diante desse cenário, a Usiminas estendeu a data-base do acordo para 31 de janeiro, ressaltando que permanece aberta à negociação e aguarda os próximos passos a serem definidos pela justiça para a conclusão do processo.
Posicionamento oficial do sindicato
O Sindipa defende que os trabalhadores já mostraram em duas assembleias que não estão de acordo com a proposta oferecida pela empresa. “Os trabalhadores decidiram em duas grandes assembleias seguir exigindo aumento salarial pra valer e aumento no Vale-alimentação. Vamos firmes a cada dia fortalecer a mobilização, vamos aumentar a operação tartaruga e preparar os próximos passos para a paralisação”, diz a entidade, por meio de comunicado.
Além disso, a direção do sindicato afirma que “vai mostrar para o Judiciário que quem se recusa a negociar é a empresa” e irá “reafirmar que somos contra a intervenção judicial para decidir sobre a Campanha Salarial neste momento”.
