A construção do campus da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em Ipatinga, no Vale do Aço, no local cedido pela prefeitura dependerá de negociações da universidade, junto ao governo municipal. O terreno para a obra foi cedido em 2014, durante a gestão da então prefeita e atual vereadora Cecília Ferramenta (PT). No entanto, o prazo para a concretização do projeto, estipulado por lei municipal, termina em janeiro de 2025.
A informação foi divulgada pelo Diário do Aço e confirmada pela Itatiaia, junto aos órgãos públicos. A UFOP informou que está priorizando a negociação para viabilizar o projeto, destacando que o prazo de construção é “um ponto de atenção”. A universidade afirmou ainda que dialoga com a administração municipal e o MEC para buscar a prorrogação do prazo e garantir que os recursos necessários sejam destinados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Conforme apurado, uma área de 34.860,90 m², localizada na rua Graciliano Ramos, bairro Cidade Nobre, foi doada por meio da Lei nº 3.344/2014. O local, que abrigava a antiga Suplan, fica próximo ao Hospital Municipal de Ipatinga. Pela legislação, o terreno deve ser devolvido ao município caso o campus não seja construído no prazo previsto.
Recursos e ajustes
O PAC, lançado pelo governo federal, prevê uma destinação de R$ 60 milhões para o campus de Ipatinga, sendo R$ 50 milhões para construção e R$ 10 milhões para aquisição de equipamentos. Segundo o pró-reitor de Planejamento e Administração da UFOP, professor Eleonardo Lucas Pereira, o valor permitirá a construção de parte da infraestrutura, incluindo um prédio com laboratórios e salas de aula.
A universidade estima que as atividades do campus comecem em 2026, inicialmente com quatro cursos de graduação: Medicina, Ciências Biológicas, Fisioterapia e Enfermagem. “Para os cursos além de Medicina, serão necessários recursos adicionais para ampliar a infraestrutura”, destacou Eleonardo.
Histórico
A ideia de levar um campus da UFOP para Ipatinga surgiu em 2003, mas foi adiada diversas vezes por questões financeiras. Em 2013, o projeto ganhou força com a inclusão do curso de Medicina, mas a crise orçamentária e o Teto de Gastos Públicos impediram sua execução.
Agora, com o prazo se aproximando, a UFOP apresenta um projeto básico que prevê um edifício de quatro pavimentos, portaria principal, lanchonete e urbanização da área, preservando a vegetação local. No entanto, a universidade alerta que serão necessários novos transportes financeiros para equipar o campus e expandir sua infraestrutura.