Versão de que a família se recusou a liberar o corpo para o sepultamento, em Santa Maria do Salto, por acreditar que a mulher iria ressuscitar foi negada pela irmã. ‘Em cidade pequena o pessoal inventa’, afirmou. Família de mulher morta em Santa Maria do Salto nega que esperava ressureição
A demora em liberar o corpo de uma mulher de 57 anos, que morreu dentro de casa em Santa Maria do Salto, não foi porque a família esperava uma ressurreição, segundo afirmou uma das irmãs, em conversa com o g1. Mirtes Caires Correia foi enterrada nesta sexta-feira (13), cerca de 30 horas depois da morte e mobilizou a pequena cidade mineira do Vale do Jequitinhonha.
Desde que a notícia da morte se espalhou no município, que tem menos de 5 mil habitantes, dezenas de pessoas se aglomeraram na porta da casa de Mirtes aguardando informações sobre o caso.
Nas redes sociais, circularam vídeos e áudios afirmando que o corpo era mantido dentro da residência porque a família acreditava que a mulher iria ressuscitar.
“Tudo mentira! As pessoas inventaram isso porque meu pai trancou o portão e começou a conversar com ela. Não tinha nada de ressurreição, meu pai quis um momento para despedir da filha e trancou a porta”, disse a irmã.
Ainda segundo a irmã, por morar em Belo Horizonte, precisou de tempo para se deslocar até o município, localizado a mais de 800 km de distância da capital, e pediu à família para aguardar a chegada.
“Meu irmão mora no Mato Grosso e não teve condições de vir para ver minha irmã. Eu cheguei praticamente na hora do sepultamento. O caixão já estava fechado. Mas não dava para esperar mais porque o corpo já estava começando a ter mau cheiro”.
Populares se reuniram na frente da casa da família
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Câncer terminal e religião
A irmã confirmou que a família é muito religiosa e que sempre fez orações pedindo a cura de Mirtes, por conta do estágio avançado da doença. Mas que isso não tinha relação com a crença de que ela iria ressuscitar após a morte.
“Ela estava desenganada. O câncer começou na mama, foi para a axila e depois para o pescoço. O tratamento dela era para aliviar as dores. Quando ela descobriu a doença, já estava no grau três”, afirmou.
Segundo a família, na madrugada em que Mirtes morreu, a ambulância do município teria sido acionada para prestar socorro porque a mulher sentia muitas dores. Mas a informação recebida foi de que não havia veículo disponível.
“Por isso ficamos aguardando tanto tempo. Esperando uma ambulância, esperando a médica atestar a morte para depois liberar para a funerária […] A gente fica triste porque estamos abalados e ainda as pessoas inventam as coisas”, disse.
A reportagem do g1 tentou contato com a prefeitura da cidade, com o SAMU, e com a funerária, mas não obteve retorno.
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