19/09/2024
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‘Eles foram muito covardes’ diz irmã de garçom brasileiro morto depois de defender mulheres em Portugal

‘Eles foram muito covardes’ diz irmã de garçom brasileiro morto depois de defender mulheres em Portugal

Kildery Eduardo Ferreira Silva, de 21 anos, era de Ataleia, interior de MG, e foi atingido por uma facada após deixar o trabalho no restaurante. Segundo a irmã Kildery Eduardo e ela foram juntos foi para Portugal há dois anos
Arquivo Pessoal
Um jovem brasileiro, que trabalhava como garçom em Portugal, foi assassinado momentos depois de defender mulheres que estariam sendo importunadas no restaurante, no litoral da região metropolitana de Lisboa.
O crime, registrado no fim da noite de terça-feira (23), foi confirmado ao g1 pela irmã dele, Kesilley Cristina, que também trabalha no estabelecimento, localizado na praia de Carcavelos.
Ela disse que já tinha ido para casa quando Kildery Eduardo Ferreira da Silva, de 21 anos, foi esfaqueado. Pouco antes de deixar o expediente, ele teria chamado a atenção de outros jovens que estariam assediando duas clientes.
“Tinha um grupo de rapazes mexendo com duas mulheres. Ele foi interromper, pediu para parar, eles pararam. Ele me ligou, pediu para chamar um Uber para ele. Ele estava lá no estacionamento esperando, aí parece que os rapazes continuaram a mexer com as meninas e ele pediu para parar de novo e os rapazes perguntaram se ele queria ser agredido também e nisso eles deram uma facada nele”, disse a irmã do brasileiro, Kesilley Cristina.
Kildery chegou a ser socorrido por uma equipe de bombeiros, mas não morreu ainda no local. Ele trabalhava no restaurante há quatro meses.
Ainda segundo Cristina, nem ela, nem o irmão, conheciam os rapazes. Um deles foi preso na madrugada seguinte, depois de se apresentar à polícia. Ele é quem teria dado a facada fatal em Kildery. Os detalhes do depoimento do suspeito não foram divulgados.
“Eles foram muito covardes. Além de estarem assediando mulheres, ainda tiram a vida de um trabalhador que estava apenas defendendo elas”.
Levar a mãe para Portugal e tirar a carteira de habilitação eram os sonhos de Kildery, segundo a irmã
Arquivo Pessoal
De acordo com a imprensa local, o suspeito preso foi encaminhado para a Secção de Homicídios da Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa e Vale do Tejo e será interrogado nesta quinta-feira (25) pela justiça do Tribunal de Cascais.
Origem e traslado
Os irmãos são da zona rural de Ataleia, região nordeste de Minas, conhecida como Vale do Mucuri. Eles foram juntos para Portugal há dois anos para trabalhar e, segundo Kesilley, realizar sonhos “ele só falava em trazer a mãe dele, que ia tirar a habilitação”.
O corpo de Kildery está previsto para ser liberado para ser enviado para o Brasil em aproximadamente 10 dias. Os custos com o traslado foram pagos pelo dono do restaurante, em solidariedade à família.
A irmã também pretende acompanhar o corpo do irmão e está arrecadando dinheiro para custear a passagem e também complementar as despesas com o transporte.
“O que sobrar a gente vai usar pra fazer o translado do corpo dele, porque o corpo dele vai até Belo Horizonte. E como a gente mora no interior, que é umas 10 horas de viagem, tem esse gasto também”, disse.
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