BOM JESUS DO GALHO (Por Goretti Nunes) – A Câmara Municipal de Bom Jesus do Galho aprovou ontem, por seis votos a um, o projeto de reforma administrativa que concede reajustes salariais expressivos a cargos comissionados. A medida, considerada polêmica, estabelece vencimentos de até R$ 9 mil para funções como Chefe Executivo de Gabinete e R$ 7 mil para Assessores de Administração e Saúde.
VOTAÇÃO E POSICIONAMENTOS
Os vereadores que votaram a favor foram: Eliézer, Fernando Guimarães, Juliana Batista (Juliana Madson), Louriberto Teles, Samuel Lopes e Usilaine (Zi do Posto), todos da base governista. O único voto contrário foi de João Paulo, da oposição. Os parlamentares Sávio Guimarães, Sérgio Borel ( Borel) e Paulo Pereira (Paulinho do Açougue) não compareceram à votação.
João Paulo, em sua fala, criticou duramente a aprovação: “Enquanto cargos de confiança recebem salários exorbitantes, nossos servidores efetivos continuam sendo tratados com descaso. Isso é um retrocesso e desrespeito à população.”
COMPARAÇÕES QUE EVIDENCIAM DISPARIDADES
O impacto dos novos salários em Bom Jesus do Galho torna-se mais evidente ao compará-los com cidades maiores. O prefeito do município já possui vencimentos de R$ 17 mil, apenas R$ 600 a menos que o prefeito de Florianópolis (SC), uma capital com mais de 520 mil habitantes e arrecadação superior a R$ 2 bilhões – quase 40 vezes maior que a arrecadação de Bom Jesus, estimada em menos de R$ 50 milhões.
Enquanto isso, o vice-prefeito de Bom Jesus recebe R$ 12 mil, superando capitais como Maceió (AL), onde o vice recebe R$ 11.424. A remuneração dos vereadores, fixada em R$ 7 mil, aproxima-se de cidades muito maiores, com desafios administrativos significativamente mais complexos.
REAÇÃO POPULAR E IMPLICAÇÕES
Os reajustes têm gerado forte indignação entre servidores públicos e moradores, que questionam a prioridade dada aos cargos comissionados. A discrepância entre os valores pagos a cargos de confiança e os baixos salários de profissionais efetivos, como professores, intensifica o descontentamento.
Com a aprovação, Bom Jesus do Galho reforça sua posição em um cenário de disparidade orçamentária e administrativa. Para os críticos, a decisão ameaça a confiança pública nas instituições e compromete a aplicação dos recursos em áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura.
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