19/09/2024
13:30

Prorrogação de prazo da dívida evita votação de regime fiscal

Prorrogação de prazo da dívida evita votação de regime fiscal

Ministro Nunes Marques, do STF, adia prazo para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, e Assembleia não vota o PL 1.202/19.

REDAÇÃO – Apesar de a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) ter retomado os trabalhos de Plenário em Reunião Ordinária na tarde desta quinta-feira (1º/8/24), não aconteceu a votação, em 2º turno, do Projeto de Lei (PL) 1.202/19, que autoriza a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

A reunião de Plenário foi encerrada pelo presidente da Assembleia de Minas, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), imediatamente após a divulgação de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Kássio Nunes Marques, de adiar o prazo para a adesão de Minas ao RRF e para retomada do pagamento da dívida de R$ 165 bilhões do Estado com a União. Esse prazo foi adiado até o julgamento do caso pelo Plenário do STF, algo que está previsto para acontecer a partir de 28 de agosto.

O PL 1.202/19, de autoria do governador Romeu Zema, foi apresentado como uma alternativa para evitar a retomada do pagamento da dívida principal, algo que o chefe do Executivo mineiro aponta como uma ameaça de colapso financeiro, que poderia impedir até mesmo a devida prestação de serviços públicos pelo Estado.

Presidente da Assembleia de Minas, deputado Tadeu Martins Leite

Apesar de o presidente da Assembleia de Minas, deputado Tadeu Martins Leite, não ter descartado a aprovação do projeto, ele já afirmou que a proposta de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal é vista pelos deputados como uma última opção. Isso porque ela apenas suspende o pagamento da dívida principal, que é retomado paulatinamente ao longo de nove anos.  Ao final desse processo, estima-se que o problema seria ainda maior, com uma dívida acumulada de R$ 210 bilhões.

A proposta preferida dos deputados estaduais é o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), apresentado pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após negociações entre os governos estadual e federal, com a participação direta da Assembleia de Minas e do Senado.

A previsão é de que o Propag comece a tramitar no Senado neste mês de agosto. No entanto, o prazo fixado pelo Supremo Tribunal Federal para a adesão de Minas Gerais ao RRF terminava nesta quinta-feira (1º/8/24). Com a nova prorrogação decidida nesta quinta-feira pelo ministro Nunes Marques, a Assembleia ganha mais tempo para decidir a respeito da votação do PL 1.202/19.

A crítica dos deputados ao Regime de Recuperação Fiscal é no sentido de que ele só permite um alívio temporário no pagamento da dívida do Estado com a União, não ocorrendo qualquer abatimento no montante a ser pago ou mudança nos indexadores. Isso ampliaria o débito de Minas dos atuais R$ 165 bilhões para R$ 210 bilhões ao final dos nove anos de duração do RRF.

Já o Propag oferece um abatimento de mais de 20% da dívida por meio da federalização de empresas públicas. Além disso, entre outros pontos, prevê que até 1% dos juros da dívida seja revertido em investimentos no estado devedor e a aplicação da mesma porcentagem em fundo compartilhado, que atenderia a todos os estados.

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