TIMÓTEO – Nesta segunda-feira (17), o prefeito de Timóteo, Vitor Prado, convocou a imprensa local para esclarecer sobre os dados que foram divulgados na semana passada pelo ex-prefeito do município. Na ocasião, Vitor Prado falou ainda sobre o déficit de mais de R$7 milhões em recursos próprios deixado pelo ex-gestor. Dos mais de R$10 milhões que a administração passada deixou pendentes, havia pouco mais de R$700 mil em caixa. Foi necessário desvincular 30% da contribuição com iluminação pública para que a situação não fosse ainda pior.
Durante o encontro, Vitor Prado, acompanhado do vice-prefeito, Marcelo Martins, da Secretária de Fazenda, Sidney Alves e de mais alguns secretários que participaram do governo de transição explicou sobre a situação econômica no qual encontrou o município quando assumiu a gestão em 1º de janeiro. “Além de todas essas contas a pagar, encontramos um volume muito significativo de documentos sem assinaturas do ex-prefeito e de ex-secretários que atrasaram ainda mais os processos de pagamento de fornecedores e continuidade de serviços à nossa população”, conta o prefeito Vitor Prado.
Uma apresentação com vários dados levantados em cima de documentos foi exposta para a imprensa, e ainda durante este mês, a administração apresentará a situação em audiência pública com a presença da população e dos vereadores. “O dinheiro citado pelo ex-prefeito realmente estava nos cofres no dia 31 de dezembro de 2024. Era proveniente de verba com destinação específica, as chamadas verbas carimbadas, ou seja, que não podem ser utilizadas senão para os programas e investimentos para os quais foram recebidos. O que o ex-prefeito escondeu da população foi o déficit que deixou nos cofres públicos, conhecido até o momento, de R$7.485.656,48”, explica o prefeito Vitor Prado.

Conforme a secretária de Fazenda, Sidney Alves, esse valor pode ser ainda maior do que o apurado até agora, uma vez que algumas despesas ainda estão sendo identificadas pelas secretarias. “Pegamos uma prefeitura com uma desorganização contábil financeira que impactou diretamente no funcionamento desses primeiros 45 dias de governo. A administração passada deixou menos de R$3 milhões em caixa e mais de R$10 milhões em restos a pagar, sem disponibilidade financeira. Ao analisarmos a situação, chegamos ao montante de um déficit de R$7.485.656,48”, detalha a secretária.
Falta de gestão do dinheiro público
Ao analisar os dados apresentados pelo ex-prefeito, sobre as verbas carimbadas deixadas em caixa, algumas chamam atenção pela demora em serem utilizadas. “Desde 2022, há um recurso de mais de meio milhão de reais parados em contas da saúde voltados para o custeio da Rede de Atenção Psicossocial. Por que esse dinheiro não foi investido para melhorar os serviços aos cidadãos? Quantas pessoas poderiam ter sido acolhidas e não foram por falta desse investimento?”, questiona o prefeito.
Outra verba que ficou parada na administração do ex-prefeito é referente ao custeio de ações de saúde bucal. Disponível desde 2022 e com centenas de munícipes aguardando próteses, o ex-prefeito tinha mais de 600 mil em caixa e não investiu na melhoria de vida dessa parcela da população. “Não consigo entender o desinteresse em atender uma demanda que melhoraria a qualidade de vida de tantas pessoas. Não consigo nem avaliar se é questão de má gestão, desconhecimento ou falta de vontade política. O que posso afirmar é que isso não vai acontecer na nossa administração. Não vamos agir com ingerência dessa forma”, garante Vitor Prado.
Outra situação muito séria diz respeito ao descumprimento do repasse de uma verba carimbada para uma instituição regional. O Governo Federal repassa uma verba mensal à prefeitura desde 2022, voltada ao custeio de tratamentos de doenças renais, hemodiálise e diálise. A verba para a manutenção desses tratamentos chega pelo Fundo Nacional de Saúde. No dia 27 de dezembro, a Fundação São Francisco Xavier emitiu a nota fiscal para recebimento dos serviços prestados no mês de novembro, no valor de R$389.529,34, porém, apesar do valor ter sido creditado pelo Governo Federal, o município não repassou o recurso no mês de dezembro, uma vez que o ex-prefeito utilizou o recurso para custear folha de pagamento, décimo terceiro e rescisões de servidores. “Há muitas questões que precisam ser avaliadas e investigadas e eu espero que todos tomem conhecimento da real situação das finanças do nosso município. Até o final do mês vamos promover uma Audiência Pública, aberta a toda comunidade, para que todos tomem conhecimento desses dados”, informa o prefeito Vitor Prado.
Compartilhe em suas redes sociais