TIMÓTEO – Os vereadores Adriano Costa Alvarenga, Brinnel Tozatti, Wladimir Careca, e Pastora Sônia Andrade, após denúncias contra o Hospital Municipal de Timóteo, gerido pelo Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, de Juiz de Fora, realizaram uma fiscalização no interior do hospital nesta quinta-feira (20).
A situação encontrada pelos parlamentares é “estarrecedora”, o que pode ser facilmente tratada como “caso de polícia”, afiançou o presidente da Câmara de Timóteo, vereador Adriano Alvarenga, que ainda destacou a falta de alimentação para os pacientes, funcionários e acompanhantes dentro da unidade de saúde.
Da tribuna da Câmara na tarde desta quinta-feira, durante sessão ordinária da Casa Legislativa, os vereadores Brinnel Tozatti e Adriano Alvarenga, foram taxativos em dizer que a situação em que se encontra o Hospital de Timóteo exige uma reação imediata do prefeito Vitor Vicente do Prado. Para tanto, os vereadores Adriano Costa Alvarenga, Brinnel Tozatti, Wladimir Careca, e Pastora Sônia Andrade, apresentaram três requerimentos direcionados ao prefeito municipal relatando a situação, pedindo esclarecimento e exigindo urgência para o caso.
Os parlamentares apontaram que a gestora do Hospital de Timóteo está liderando “um boicote” contra a administração do atual prefeito. Adriano e Brinnel sugeriram o encerramento imediato do contrato com a mantenedora Therezinha de Jesus, que também administra a UPA do Primavera e o Sodalício Tio Questor.
Ressalta-se que a Prefeitura de Timóteo está com um mês de pagamento atrasado com a mantenedora, referente a dezembro de 2024. A administração atual já pagou o mês de janeiro e o mês de fevereiro será pago em 10 de março. A parcela pendente deixada pela administração anterior, não foi empenhada porque não tinha crédito orçamentário em 2024, o que terá que ser feito agora em 2025 com código de despesas do exercício anterior. A parcela devida tem o valor de R$ 1.297.000,00, podendo chegar a R$ 1,4 milhão.
MAZELA apontada por funcionárias
Durante o trabalho de fiscalização dos vereadores, duas funcionárias do hospital | uma médica e uma enfermeira | se apresentaram para relatar em documento assinado, todas as “mazelas” vivenciadas no interior do hospital, que em muitos casos, comprometem a vida de pacientes. O JBN teve acesso com exclusividade ao documento.
Segundo elas, a administração do hospital não se preocupa com a saúde das pessoas. Elas mencionaram que leitos do hospital foram fechados e quartos sem condições de permanência, porque a temperatura elevada por falta de ar condicionado aumentava o risco de infecção.
Atraso de pagamento de fornecedores de Tomografias, Raio X e Ultrassom
A gravidade da situação chegou ao ponto de atingir a plataforma de exames, com o bloqueio de laudos e resultados de exames da plataforma digital – tomografias, Raio X e Ultrassom. Nestes casos, o paciente está ficando sem acesso a seus resultados, o que impacta nos diagnósticos precoces com atrasos no tratamento.
Transporte de sangue
A empresa encarregada para fazer a logística de hemoconcentrados de Governador Valadares não funciona mais. “Sem essa empresa não teremos transporte de bolsa de hemoconcentrado, o que leva a suspensão de cirurgias e hemotransfusão emergenciais”, relataram as funcionárias.
Manutenção de Ar-condicionado (164 máquinas)
Continuando o relato das funcionárias do hospital de Timóteo, todos os quartos, salas de exames, salas de cirurgias são equipadas com aparelhos de ar condicionados. Estes aparelhos não passam por manutenção, “o que nos abriga a desativar serviços”.
Empresa que fornece comida
A empresa terceirizada que fornece 800 refeições por dia, já comunicou a suspensão de atividades por falta de pagamento. A alimentação é para funcionários, pacientes e acompanhantes. Nos últimos dias, o hospital está cobrando alimentação dos acompanhantes.
Medicamentos e insumos foram suspensos
Neste aspecto o interior do hospital virou um caos. Também sem pagamento, as empresas que abastecem o hospital de insumos e medicamentos, suspenderam por completo o fornecimento. “Contundo, existe o risco de falta de medicações, e materiais básicos para atendimentos como equipo de bomba de infusão, esparadrapos e analgésicos”.
As funcionárias ainda relataram que as instituições de saúde da região estão negando empréstimos de materiais, devido ao saldo negativo já com o hospital. “Estamos realizando trocas de materiais para suprir as necessidades básicas. Estamos trocando lençol de papel por esparadrapos”, denunciaram, afirmando que também está em falta constante “a Dieta Enteral Liquida Industrializada”.
Uniformes
Quanto aos uniformes, a precariedade chegou ao ponto de funcionários serem obrigados a amarrar e colocar esparadrapo para tampar buracos na roupagem.
Funcionários sem pagamento
Desde o mês de dezembro que os funcionários reclamam a falta do pagamento. Os médicos estão sem receber, gerando suspensão de serviços prestados como exames ecocardiogramas. No bloco cirúrgico tem a suspensão de materiais cirúrgicos, com queda importante do numero de cirurgias mensais.
E por último, a enfermeira e a médica que assinaram a denúncia contra o Hospital de Timóteo/Therezinha de Jesus, alertaram que as internações no hospital continuam sendo recebidas mesmo diante deste quadro deprimente, o que fica claro também o “aumento do risco de óbito”.
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