(foto: Patricia de Melo Moreira/AFP)
Subsecretário de esportes da Argentina, Julio Garro disse que o atacante Lionel Messi, capitão da seleção do país, e o presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA) devem pedir desculpas após música com frases racistas e transfóbicas ser cantada pelos jogadores da albiceleste na comemoração do título da Copa América. O político acredita que o episódio manchou a imagem do país.
“O capitão da seleção nacional (Messi) deve pedir desculpas. Assim como o Presidente da AFA. Isso nos deixa, como país, em uma situação ruim depois de tantas glórias”, afirmou o subsecretário de Esportes no programa argentino Corta.
O meio-campista Enzo Fernández transmitia a comemoração dos jogadores argentinos quando a música de cunho racista começou a ser entoada. O canto é diretamente preconceituoso com atletas da França, dizendo que alguns deles não podem se considerar franceses por terem descendência africana. Os pais do atacante Kylian Mbappé são citados de forma pejorativa na canção, que também o zomba de forma preconceituosa pelo suposto affair que ele teve com a modelo trans Inès Rau. Lionel Messi não se posicionou sobre o caso.
Denúncia na Fifa
A Federação Francesa de Futebol (FFF) entrou com uma denúncia sobre o episódio na Fifa. A entidade já anunciou que irá investigar o caso e os jogadores argentinos. O Chelsea, clube que Enzo Fernández defende, publicou nota lamentando o ocorrido (veja a nota completa ao fim da matéria).
Jogadores franceses do clube inglês criticaram publicamente a atitude do volante e deixaram de seguir o jogador nas redes sociais. O atleta argentino publicou uma carta aberta nesta terça-feira pedindo desculpas pelo ocorrido.
“Eu quero pedir as minhas sinceras desculpas por um vídeo publicado no meu Instagram durante a comemoração da seleção nacional. A canção inclui linguagem altamente ofensiva e não há absolutamente nenhuma explicação para essas palavras. Sou contra todas as formas de discriminação e peço desculpa por me ter deixado levar pela euforia das celebrações da nossa Copa América. Aquele vídeo, aquele momento, aquelas palavras não refletem as minhas convicções nem o meu carácter. Lamento imensamente”, disse Enzo Fernández.
Veja a nota publicada pelo Chelsea
“O Chelsea Football Club considera todas as formas de comportamento discriminatório completamente inaceitáveis. Temos orgulho de ser um clube diverso e inclusivo, onde pessoas de todas as culturas, comunidades e identidades se sentem bem-vindas.
Reconhecemos e apreciamos o pedido público de desculpas do nosso jogador e usaremos isso como uma oportunidade para educar.
O clube instaurou um procedimento disciplinar interno”
