O goleiro Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, precisará se ausentar dos gramados por até quase meses para tratar lesão na coxa esquerda. Nessa quarta-feira (10/7), ao fim da partida com o Centro Oeste, no Estádio Jonas Duarte, pela 12ª rodada da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano, ele foi atingido com bala de borracha por um policial militar.
A pouca distância do agente para o arqueiro piorou o ferimento. Ramón desmaiou em campo e perdeu muita sangue. Depois do tumulto, o ele divulgou o resultado da ação – a bala provocou um buraco na coxa esquerda.
Em entrevista ao G1, Diego Bento, médico do clube, deu detalhes sobre a lesão. “Grave. Queimou a pele e atingiu o músculo reto femoral, que é muito importante para os jogadores no momento do chute”.
Mesmo tendo sido socorrido rapidamente, Ramón pode enfrentar complicações. “Mesmo que tenhamos lavado, alguns estilhaços de plástico ficaram, o que pode infeccionar e evoluir mal. Ele perdeu parte do tecido da pele e um pouco do músculo. Foi uma lesão profunda”, explicou Diego Bento.
O médico informou, ainda, o tempo de ausência necessário para completa recuperação: “Fiz a sutura e ele está tratando com antibiótico. Vai se recuperar, ficar bem e ficará até quatro meses sem jogar”.
Ramón perderá jogos importantes
O Grêmio Anápolis disputa a segunda divisão do Campeonato Goiano. A duas rodadas do fim, não tem chance de se classificar, mas corre risco de ser rebaixado. Agora no departamento méido, Ramón perderá os últimos dois jogos.
A equipe aparece em sétimo lugar na tabela de classificação, com 12 pontos – quatro vitórias e oito derrotas. Pela 13ª rodada, medirá forças com o Abecat Ouvidores neste sábado (20/7), às 15h30, no Luiz Benedito, em Ouvidor. Pela 14ª e última, disputará com o lanterna Santa Helena, em 28 de julho (domingo), a partir das 15h30, no Jonas Duarte, em Anápolis.
Na Segunda Divisão do Goiano, os oito times jogam entre si. Os dois melhores sobem, enquanto os dois piores são rebaixadas.
Desdobramentos
O Grêmio Anápolis saiu derrotado por 2 a 1. Ao fim da partida, uma confusão se iniciou. De acordo com o zagueiro Kayk Almeida, ele e Ramón foram em direção ao tumulto para dispersar os jogadores. Naquele momento, o policial atirou.
No boletim de ocorrência, consta que o goleiro pediu ao policial para abaixar a arma, mas foi atingido.
A mãe de Ramón se pronunciou: “Meu filho estava trabalhando. Só Deus sabe o quanto ele tem lutado pelo seu sonho”.
A Polícia Militar informou, por meio de nota, que foi determinada a abertura de um procedimento administrativo para apurar os fatos com rigor.