Novo técnico do Cruzeiro, o venezuelano com nacionalidade portuguesa Leonardo Jardim conseguiu façanha digna de treinadores de elite na temporada 2016/2017. À frente do “modesto” Monaco, ele eliminou o Manchester City comandado pela lenda Pep Guardiola nas oitavas de final da Champions League.
A equipe do principado de Mônaco era a grande azarã do confronto. E o feito de eliminar o time inglês parecia ainda mais improvável após derrota de virada por 5 a 3 na partida de ida, no Etihad Stadium, em Manchester, na Inglaterra.
Os comandados de Jardim começaram perdendo por 1 a 0, mas viraram para 2 a 1 com gols do atacante colombiano Falcao Garcia e do francês Kylian Mbappé, hoje astro do Real Madrid. O City empatou, mas o time monegasco voltou a estar na frente do placar com pintura de cavadinha de Falcao, que ainda perdeu um pênalti. O time de Guardiola, no entanto, conseguiu virar com gols no final da partida e levou boa vantagem para a volta.
Na segunda partida do confronto, o Monaco teve grande atuação. No minuto oito, Mbappé abriu o placar e, ainda no primeiro tempo, o volante Fabinho, que viria a ser ídolo do Liverpool e figurinha carimbada na Seleção Brasileira, ampliou. O 2 a 0 classificava a equipe que joga o Campeonato Francês, mas aos 26 do segundo tempo o City diminuiu. Os comandados de Jardim, no entanto, se recuperaram rapidamente do balde de água fria e marcaram o terceiro com o volante Tiemoué Bakayoko, aos 32 do segundo tempo, classificando-se de forma heroica para a semifinal.
Leonardo Jardim fez história no Monaco
A temporada de 2016/2017 foi a melhor da história recente do Monaco. Sob o comando de Jardim, o time alcançou as semifinais da Champions League – nas quartas, surpreendeu novamente ao eliminar o tradicional Borussia Dortmund, da Alemanha; nas semis, caiu para a italiana Juventus, que perderia para o Real Madrid na final. O time do novo técnico do Cruzeiro também venceu o Campeonato Francês, desbancando o poderoso Paris Saint-Germain.
Apesar de “modesto” frente aos grandes investimentos de City e PSG, o time monegasco era considerado, à época, o “novo rico” da Europa, gerenciado pelo bilionário russo Dmitry Rybolovlev, e havia chegado a desembolsar 45 milhões de euros (R$ 124 milhões de reais, na cotação da época) para tirar Falcao Garcia do Atlético de Madrid em 2013, ano em que era considerado um dos melhores centroavantes do mundo.
Aquele Monaco tinha diversos jogadores que viriam a fazer sucesso na Europa. Além de Mbappé – revelado por Jardim em 2015/2016 -, Falcao e Fabinho, a equipe tinha o meia português Bernardo Silva, que depois seria vendido por cifras milionárias ao Manchester City, onde atua há oito temporadas e acumula 17 títulos conquistados; o meia francês Thomas Lemar, que viria a se tornar campeão mundial pela França e campeão espanhol pelo Atlético de Madrid, onde joga há sete temporadas; e o experiente zagueiro português Ricardo Carvalho, ex-Real Madrid.