TIMÓTEO – No último dia 5, a empresa Autotrans/Saritur anunciou a modernização de sua frota no município de Timóteo. Pura falácia e mel na boca dos usuários e da classe política municipal. A falta de respeito com a prestação de serviço da empresa na cidade nunca foi novidade, mas, agora a coisa ficou muito séria e afrontosa.
Pasmem, pois a tal modernização propagandeada pela empresa, avalizada por alguns parlamentares Timotenses, não passa de 10% da frota, conforme nota enviada ao JBN pela própria empresa. Ou seja, a empresa possui rodando na cidade cerca de 22 ônibus | catalogados pela CPI da Câmara|. Sendo a modernização de 10%, Timóteo terá “dois ônibus” novos nas ruas. O JBN ainda perguntou sobre a data desta modernização, a empresa por sua vez respondeu: “em breve”.
Mel na chupeta
Afoitamente, a Câmara de Timóteo sem tomar conhecimento de quantos ônibus estariam neste “mel na chupeta” que a empresa está acostumada a passar na boca da população, com a conivência da classe política, comemorou “com grande satisfação de dever cumprido pois a modernização da frota reflete o dever da Saritur e da administração municipal de Timóteo em oferecer um transporte público de qualidade à população”, afirmou a matéria publicada no site oficial da Câmara Municipal.
O “tapa na cara” da população, e o vexame de modernizar a frota com “dois ônibus”, é a resposta da empresa para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Legislativo de Timóteo, que se iniciou no final do ano passado com foco na péssima qualidade do serviço prestado e de eventuais descumprimentos contratuais junto ao município. A CPI foi instaurada tendo como base as reclamações dos usuários como: o estado dos veículos e limpeza dos mesmos, a falta de trocador, a ausência de ar condicionado e a situação precária de elevadores que não funcionam e a pouca quantidade de linhas.
Relatório final da CPI
Na conclusão da CPI em março deste ano, que rendeu quatro meses de investigações por parte dos vereadores, que analisaram minuciosamente as operações da Autotrans, o relatório apontou que empresa não estava cumprindo o contrato que estipula a circulação de 37 veículos com uma média de cinco anos de idade, além de outros requisitos relacionados ao conforto e capacidade dos veículos. A recomendação dos membros da CPI em seu relatório final foi pelo encerramento da concessão e a tomada das operações pelo Executivo municipal, até que uma nova licitação seja realizada para a administração do serviço. No entanto, as negociações com a Administração Municipal trouxeram benefícios reais para a questão.
