(foto: Ricardo Saibun / Santos FC – 27/9/2012)
Passaram-se mais de 10 anos desde que Neymar escreveu na parede dos vestiários do CT Rei Pelé que iria, mas que um dia voltaria. E esse momento chegou. Nesta terça-feira (28/1), o Presidente Santos, Marcelo Teixeira, anunciou o retorno do craque formado nas categorias de base do clube.
Badalado desde os tempos de base, Neymar deixou o Santos rumo ao Barcelona em 2013, aos 21 anos, como o melhor jogador do Brasil. À época, ele já havia conquistado o tricampeonato paulista (2010, 2011 e 2012), a Copa do Brasil (2010), a Copa Libertadores (2011) e a Recopa Sul-Americana (2013).
No Instagram, Marcelo Teixeira antecipou o clube e divulgou um vídeo com cenas da primeira passagem de Neymar pelo Santos.
Pelo Peixe, clube pelo qual estreou profissionalmente em 7 de março de 2009, foram 225 jogos, 136 gols e 63 assistências.
O caminho de Neymar até o retorno ao Santos
A primeira transferência da carreira de Neymar foi polêmica. Quando vendeu o atacante ao Barcelona em 2013, o Santos recebeu, oficialmente, 17,1 milhões de euros (R$ 74,8 milhões, à época). Pouco tempo depois, o clube catalão admitiu ter pago 86,2 milhões de euros (R$ 364,2 milhões), alegando que cerca de 40 milhões teriam sido destinados a uma empresa ligada à família do jogador. O caso é, até hoje, alvo de investigações, e os valores totais ainda não foram totalmente esclarecidos.
Enquanto a questão financeira era alvo de debate e disputas judiciais, o atacante brilhava em campo pelo Barcelona. No clube espanhol, ele se consolidou como um dos melhores jogadores do mundo e formou o MSN, um dos trios mais icônicos da história, ao lado de Luís Suárez e Lionel Messi.
Até 2017, quando deixou a Catalunha, ele disputou 186 jogos, fez 105 gols e deu 62 assistências. E o que não faltaram foram troféus: Campeonato Espanhol (2014/15 e 2015/16), Copa do Rei (2014/15, 2015/16 e 2016/17), Supercopa da Espanha (2013), Liga dos Campeões (2014/15) e Mundial de Clubes (2015).
Saída para o Paris Saint-Germain
A saída de Neymar do Barcelona para o Paris Saint-Germain chocou o mundo do futebol. O atacante foi negociado por 222 milhões de euros (R$ 812 milhões na cotação da época). Por muito tempo, especulou-se nas mesas redondas que o brasileiro teria trocado de time com o objetivo de ser eleito o melhor jogador do mundo. Quase oito anos depois, o atleta revelou a real motivação da troca.
“Não fui no pensamento de: ‘Vou sair do Barcelona para ser melhor do mundo’. Até porque na última semana (em Barcelona) o Messi mesmo falou para mim: ‘Você está indo embora por quê? Você quer ser melhor do mundo? Vou te fazer o melhor do mundo. Falei: ‘Não, não é isso. São outras coisas, é mais pessoal’”, iniciou em entrevista ao ex-atacante Romário em 16 de janeiro.
Além da questão financeira, a possibilidade de voltar a jogar com compatriotas pesou para Neymar. Com a saída de Daniel Alves, que também trocou o Barcelona no PSG, ele seria o único brasileiro no elenco catalão.
Obviamente que financeiramente era muito melhor do que tinha no Barcelona. E tinha os brasileiros também. Eu fiquei com vontade de jogar com os brasileiros, falei assim: ‘Vou lá jogar com eles’. Era o Thiago Silva, o Dani (Alves) tinha acabado de assinar, o Marquinhos e o Lucas. São todos meus amigos. Estava precisando de algum brasileiro, no Barcelona já não tinha. Falei: ‘Quero ir para lá, vou arriscar’. E fui. Não foi pensando em ser o melhor do mundo.
Neymar, atacante do Santos
Neymar, que na mesma entrevista disse ter atingido o próprio auge técnico no PSG, disputou disputou 173 jogos, marcou 118 gols e deu 70 assistências pelo clube francês. Por lá, foi pentacampeão nacional (2017–18, 2018–19, 2019–20, 2021–22 e 2022–23), tri da Copa da França, ( 2017–18, 2019–20 e 2020–21), bi da Copa da Liga Francesa (2017–18 e 2019–20) e tri da Supercopa da França (2018, 2020 e 2022).
Frustação de Neymar na Arábia Saudita
A partir da temporada 2023/24, o PSG iniciou um processo de reformulação do elenco. Nesse sentido, o brasileiro deixou de fazer parte dos planos da equipe e foi vendido ao Al-Hilal, da Arábia Saudita por 90 milhões de euros (R$ 580 milhões na cotação da época).
Anunciado pelos sauditas em 15 de agosto de 2023, Neymar foi jogador do clube por 531 dias e só entrou em campo sete vezes – cinco vitórias e dois empates. A média foi de apenas uma partida disputada a cada 75 dias, com um gol marcado e duas assistências.
Muito do insucesso se deve à grave lesão que ele sofreu em outubro do mesmo ano, quando rompeu o ligamento cruzado anterior e o menisco do joelho esquerdo durante um jogo da Seleção Brasileira. Após isso, ele passou por uma cirurgia e só retornou aos gramados em novembro de 2024.
Na segundo jogo após a volta, a vitória por 3 a 0 sobre o Esteghlal, pela Champions League da Ásia, Neymar atuou por cerca de 30 minutos e novamente se lesionou. Dessa vez, sofreu uma ruptura no tendão da coxa esquerda. O jogador não atua oficialmente desde então.
Referência da Seleção Brasileira
No período longe do Santos, Neymar se consolidou como principal jogador da Seleção Brasileira. Maior artilheiro da história da Amarelinha, com 79 gols – de acordo com os números da Fifa -, ele é dono da camisa 10 de Pelé e campeão da Copa das Confederações de 2013, além de ter conquistado o ouro olímpico na Rio 2016.
Em termos de Copa do Mundo, entretanto, ele ainda não conseguiu ter sucesso com o Brasil. Ele esteve em campo nas eliminações nas quartas de final de 2018 (para a Bélgica) e 2022 (para a Croácia). Na derrota por 7 a 1 em 2014, o atacante estava lesionado e não entrou em campo.
