18/01/2025
15:29

Atlético e Cruzeiro têm folhas salariais até 100 vezes maior que adversários no Mineiro

Atlético e Cruzeiro têm folhas salariais até 100 vezes maior que adversários no Mineiro

Atlético e Cruzeiro têm folhas salariais até 100 vezes maior que adversários no Mineiro (Hulk, do Atlético, e Gabigol, do Cruzeiro, são os principais astros do Campeonato Mineiro de 2025)

Mesmo com a ascensão meteórica de clubes do interior como Athletic e Itabirito, o Campeonato Mineiro de 2025 expõe realidades financeiras extremas entre os participantes, com Atlético e Cruzeiro em um patamar financeiro até 100 vezes maior que os rivais.

Neste ano, a folha salarial do Atlético, mantida em R$ 251 milhões anuais (ou cerca de R$ 20,9 milhões por mês), e do Cruzeiro, que ultrapassou a marca de R$ 20 milhões mensais, são significativamente maiores do que as de outros clubes do campeonato.

Para efeito de comparação, equipes como Pouso Alegre e Uberlândia operam com orçamentos mensais inferiores a R$ 400 mil – menos de 2% das folhas de Atlético e Cruzeiro.

A principal contratação do Cruzeiro para a temporada, o atacante Gabigol, simboliza esse poder financeiro. Com um salário estimado em R$ 3 milhões mensais, o jogador representa sozinho quase 15 vezes o custo mensal de equipes como o Pouso Alegre.

Investimentos estratégicos

Enquanto Atlético e Cruzeiro gastam valores astronômicos, os clubes intermediários buscam competir com orçamentos mais modestos, mas ainda significativos dentro da realidade do futebol mineiro.

A equipe de No Ataque apurou nesta semana, com cada um dos 12 times participantes do Estadual, a folha salarial neste início de temporada.

  • Athletic: Mantém uma folha salarial em torno de R$ 1 milhão por mês, posicionando-se como uma força emergente no cenário estadual. O time de São João del-Rei, inclusive, vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez.
  • Tombense: Opera com aproximadamente R$ 800 mil mensais, apostando na continuidade de seu projeto de crescimento mesmo com a permanência na Série C.
  • Betim: Transformado em Sociedade Anônima Futebolística (SAF) no ano passado, possui uma folha salarial entre R$ 300 mil e R$ 400 mil, sustentada principalmente por patrocínios que totalizam cerca de R$ 3 milhões anuais.
  • Itabirito: Apesar de contar com jogadores renomados como o atacante Jô, que defendeu Atlético e Corinthians, a equipe reduziu a folha salarial de mais de R$ 500 mil em 2024 para menos de R$ 400 mil em 2025, adotando uma postura financeira mais cautelosa.

Desafios e superação

Os clubes com folhas salariais mais modestas enfrentam o desafio de competir em um torneio onde os gigantes financeiros ditam as regras.

  • Aymorés: Tem uma folha entre R$ 400 mil e R$ 500 mil por mês.
  • Villa Nova: Trabalha com uma folha entre R$ 350 mil e R$ 390 mil.
  • Uberlândia: Opera com aproximadamente R$ 345 mil por mês.
  • Pouso Alegre: Conta com uma folha salarial ainda mais reduzida, em torno de R$ 200 mil mensais.

Esses clubes representam menos de 2% da folha salarial de Atlético e Cruzeiro, evidenciando o abismo financeiro no campeonato.

América e Democrata-GV fazem mistério

No Democrata, mesmo sem revelar valores específicos, o diretor executivo Rafael Caldeira ressaltou as nuances financeiras e os desafios do clube.

“Atlético, Cruzeiro e América não se comparam porque lá é diferente. Só que aí você tem outros times que também estão investindo e têm um poder aquisitivo mais forte: Athletic, Tombense, Itabirito… Todos os times têm investido. A gente aqui também, nas nossas proporções. Mas estou feliz com a montagem do elenco e com o que a gente tem feito até agora”, afirmou o dirigente.

Ele ainda destacou a estratégia da equipe para o campeonato. “A gente fez uma mescla de jogadores experientes e jovens. O campeonato vai ser tiro curto e a gente sabe que vai exigir muito dos atletas”, ressaltou.

No América, o tom foi de prudência e realismo, como enfatizou o presidente da SAF do clube, Alencar da Silveira Jr.

“Eu prefiro não falar disso [folha salarial], se é R$ 3 milhões, R$ 10 milhões, não estamos divulgando. Vai ser apresentado esse orçamento aos conselheiros. Vamos ter um ano sem extravagência, buscando nas origens, fazer muito com o pouco que temos. Fazer o futebol dentro desse orçamento, continuar pagando em dia, sem surpresas, administração dentro da possibilidade, sem fazer dívidas”, disse.

A disparidade salarial entre os clubes no Mineiro de 2025 reforça a diferença de condições e, potencialmente, de resultados. Prova disso, é que um time do interior não vence a competição há quase duas décadas. O último campeão fora de Belo Horizonte foi o Ipatinga, em 2005.

*Colaboraram: Andrei Megre, Izabela Baeta, João Victor Pena, Lucas Sant’Ana, Rafael Cyrne, Samuel Resende e Sofia Cunha.

A notícia Atlético e Cruzeiro têm folhas salariais até 100 vezes maior que adversários no Mineiro foi publicada primeiro no No Ataque por Ailton do Vale

Confira a matéria completa em: noataque.com.br

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