Um dos destaques do Cruzeiro em 2003, ano da conquista da Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro), o volante Augusto Recife, de 40 anos, foi contratado pelo Porto Seguro, que disputa a Segunda Divisão do Campeonato Baiano.
“Eu vi a chama reacender, a motivação triplicou. Estou bastante animado e esperançoso para que em um futuro próximo a gente possa conquistar algo aqui”, disse o volante, em entrevista ao ge.
Augusto Recife exaltou o projeto do Porto Seguro. “Eu falo para os meninos que a chama reacendeu pelo que foi me passado de projeto, e o projeto não é da boca para fora. É visível, é palpável, e eu estou vendo aqui de perto. A chama reacendeu pela estrutura, por alguns jogadores que aqui estão. Isso te motiva, e eu acordo hoje todos os dias feliz. Quando você perde esse prazer você fica até rabugento, reclamão. E eu, pelo contrário, vi a chama reacender, a motivação triplicou”.
Recife já disputou quatro jogos pelo Porto Seguro nesta temporada (três empate e uma derrota).
Augusto Recife no Cruzeiro
Augusto Recife jogou pelo Cruzeiro entre 2001 e 2006. Além das conquistas de 2003, o camisa 5 venceu os estaduais de 2004 e 2006, o Supercampeonato Mineiro de 2002 e a Copa Sul-Minas de 2002.
Ao todo, Recife participou de 199 jogos pelo Cruzeiro, colaborando com três gols e sete títulos.
“Eu falo que foram quatro anos maravilhosos pelo Cruzeiro. Trazem-me a lembrança de dezembro de 1997 para 1998, quando eu saí de casa. Quando eu garanti minha vaga como titular do time principal do Cruzeiro eu percebi que valeu a pena”, disse.
Recife relembra o time de estrelas montado pelo Cruzeiro em 2001.
“Existiu o Real Madrid galáctico, mas também teve o Cruzeiro galáctico. O Cruzeiro contrata Edmundo, o finado Rincón, tem o Oseas, o Rodrigo… Jogadores que eu só via na TV. Eu tive minha primeira oportunidade no profissional em 2001, e encontro o Sorín, o Alex, que foi uma das pessoas que mais me ajudaram no profissional. A ficha não cai. E Deus é tão bom comigo que, por incrível que pareça, o primeiro jogo que fui relacionado foi na Ilha do Retiro, contra o Sport”.
Augusto Recife recorda que o Cruzeiro perdeu peças importantes em 2004, acabando com o time campeão da Tríplice Coroa.
“Mas em 2004 tivemos um início de ano bastante conturbado. Especulações de jogadores, saídas… A base do nosso time de 2003 foi desfeita. Já no Mineiro teve a saída do Vanderlei Luxemburgo, após uma discussão com a diretoria e com os irmãos Perrella. Mas antes dele já tinha saído o Aristizábal, que teve até uma passagem pelo Vitória. Ele era um dos nossos líderes, era o cara que animava o ambiente. Saiu o “Ari” e chegou o Rivaldo, através do Vanderlei. Aí depois teve a discussão do Vanderlei com os Perrella, numa quarta-feira. No domingo era o clássico, mas Vanderlei saiu antes, e a gente foi para o clássico todo quebrado e cheio de dúvidas. Acabou que fomos para o clássico e tomamos 5 a 3″.
“Não conseguimos começar bem o Campeonato Mineiro, mas demos a volta por cima e fomos campeões com o PC Gusmão, auxiliar de Luxemburgo na época. Depois iniciou o Brasileiro e, nas oitavas de final da Libertadores, perdemos a classificação. Aí a gente inicia o Brasileiro mais ou menos, o Alex sai, e o Emerson Leão assumiu o lugar de PC por escolhas da diretoria. Aí o Leão veio e implantou outro estilo de jogo, com o qual não estávamos acostumados”, acrescentou.
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