Até pouco tempo atrás, Fabrício Bruno era pretendido pelo West Ham, da Premier League. Sob a mesa do Flamengo estavam 15 milhões de euros (R$ 84,3 milhões na cotação da época). Mas foi uma decisão do atleta não se transferir para o futebol inglês, colocando na balança sua posição no Flamengo e a oferta salarial do clube inglês.
A chegada de Filipe Luís ao Rubro-Negro trouxe mudanças no sistema defensivo rubro-negro, com Fabrício Bruno sendo preterido. Mas isso não significou uma perda de qualidade. Foi uma opção do comandante, pelo estilo de jogo que pretendia implementar na equipe carioca.
Digamos que o zagueiro tenha se tornado até mesmo um reserva de luxo, tendo em vista que acumulava, inclusive, recentes convocações à Seleção Brasileira. Fabrício Bruno foi titular do time de Dorival Júnior nas partidas contra Espanha e Inglaterra, possivelmente as duas melhores exibições da equipe verde e amarela que temos lembranças em um 2024 pavoroso.
O Cruzeiro mirou em um jogador de enorme potencial, que com certeza seria titular em 19 dos 20 clubes da Série A. Um atleta testado e com histórico no clube. Afinal de contas, é um cria da Toca.
A chegada de Fabrício Bruno qualifica mais uma vez o elenco que está sendo montado para a temporada 2025 e vejo o investimento como “ok”, dentro das condições do mercado, especialmente se pontuarmos a desvalorização iminente entre a oferta do West Ham e o início de 2025. Até porque a proposta da equipe inglesa foi bem fora da curva.
Para se ter ideia, o paraguaio Balbuena, ex-Corinthians e atualmente no futebol russo, foi avaliado em 5 milhões de euros, pouco mais de R$ 32 milhões, em uma tentativa frustrada de investida do Vasco. Detalhe para a idade do zagueiro: 33 anos.
Fabrício Bruno retorna à Toca aos 28 anos por 7 milhões de euros (aproximadamente R$ 45 milhões). E é importante destacar: o valor será pago à vista, mostrando a capacidade da SAF celeste, que segue “incomodando” na atual janela e tem mais alguns milhões em caixa para aporte.
Foi uma excelente troca, pensando em profundidade do elenco. Sai Zé Ivaldo, com seus problemas técnicos e também disciplinares, para a chegada de um defensor de qualidade superior e que tem como objetivo figurar entre as opções para uma possível convocação à Copa do Mundo do próximo ano.
A única deficiência a ser ajustada em relação a Fabrício, mais por uma questão de filosofia de jogo de Fernando Diniz, é a saída de bola. Mas já dá para projetar uma dupla com João Marcelo.
Com a desistência na negociação envolvendo Valentín Gómez, creio que o Cruzeiro ainda precisa de mais um zagueiro. Seria importante talvez dar uma chance para a base e vejo Bruno Alves como um potencial “herdeiro” da boa escola de defensores da Toca, que já formou Fabrício Bruno, inclusive, além de nomes como Cacá e Murilo, dando tempo para um respiro até a janela do meio do ano.
Adendo: que belo passe do Bruno Alves para o Kenji na Copinha. De olho, Diniz! Alguém tem potencial para sair jogando.
Mas o certo é que o Cruzeiro não está para brincadeira. Pedro Lourenço entrou realmente de cabeça no projeto e está disposto a mudar o patamar deste elenco.