Neste domingo (15/12), Adriano vai se despedir de vez dos gramados no amistoso entre Flamengo e Amigos da Itália, às 17h, no Maracanã. Ex-companheiros, clube e país que marcaram sua história estarão presentes na “batalha final”. A história do Imperador será coroada com uma bela homenagem.
Entre altos e baixos, Adriano marcou seu nome na história de Flamengo, Inter de Milão e Seleção Brasileira. Não à toa, é ídolo incontestável. Apesar de todo o carinho recebido por torcedores, da mudança de vida que o esporte trouxe e de um dos apelidos mais emblemáticos do futebol, o Imperador viveu momentos difíceis em sua carreira.
Em entrevista ao ge, ele revelou as dificuldades que enfrentou e o momento em que percebeu que o futebol tinha que ficar no passado e em sua memória. “Foi quando eu operei o tendão (no Corinthians) e já comecei a desanimar muito.”
“Eu saí do Corinthians, tentei voltar ao Flamengo na época que o Zinho era dirigente e o Doutor Runco me disse: ‘Adriano, você vai ter que operar de novo’. Ali, foi a gota d´água. Mais sete meses parado e alguma coisa me dizia que eu tinha que me afastar e viver minha vida do lado de fora”, completou.
Isso foi em 2011, mas Adriano chegou ao seu limite em 2016, quando jogava pelo Miami United. Para o Imperador, pendurar as chuteiras era a única coisa a se fazer. “Não sinto falta. Acho que fiz até onde eu pude fazer… Se as coisas não estão dando certo, tem que ser homem para recuar, para se afastar do que não te faz mais bem.”
“Não é uma coisa que era mais igual a quando eu era pequeno, quando comecei, com a autoestima lá em cima, querendo conquistar as coisas… Não era mais a mesma coisa”, revelou.
Pressão no futebol
Ainda em entrevista ao ge, Adriano revelou como foi lidar com a pressão no futebol. Segundo ele, no começo, era difícil entender toda a complexidade do estrelato e da riqueza. Mas, com o tempo e a experirência, conseguiu lidar melhor. “Eu fui muito novo para Itália. A responsabilidade veio muito cedo e isso para um garoto que não tinha nada e do nada tem um monte de coisa, é chamado de Imperador, a cabeça fica pirada.”
“A gente deixa subir para cabeça, o que é normal. Às vezes, tinha cinco carros na garagem, eu olhava e pensava: ‘por que que eu estou fazendo isso?’. Mas é tanta coisa na cabeça que você vai vivendo, vai vivendo e mais para frente que minha mãe falou ‘não faça isso, toma cuidado’.”
“Quando eu voltei para Inter, nos dois, três últimos anos, que eu comecei a ver que não precisava daquilo. Eu sempre gostei de carro, mas foi uma coisa de momento mesmo que toda pessoa passa e nos anos finais eu consegui me adaptar”, contou.
Carinho dos brasileiros
Adriando destacou também o amor e carinho que recebe até hoje dos brasileiros. “Até hoje eu não acredito no tanto de carinho que as pessoas têm por mim. Eles percebem que eu sou eu mesmo, falo das minhas polêmicas, da minha felicidade.”
“Não sou de passar para as pessoas algo que não sou. Isso conta muito. Hoje em dia, tem criancinha que nunca me viu jogar e quando me vê começa a chorar e eu não entendo. São os pais falando que eu fiz muita coisa pela Seleção, pelos times…”, disse.
Carreira de Adriano
Adriano foi revelado pelo Flamengo, no fim da década de 1990. Em 2001, se transferiu para a Inter de Milão, da Itália, onde recebeu o apelido de Imperador. Ao todo, o atacante marcou 201 gols como jogador profissional. Somente com a camisa do time italiano, foram 74 entre 2001 e 2004, 2008 e 2009.
Além de Flamengo e Inter de Milão, o atacante brasileiro passou por Parma, São Paulo, Fiorentina, Corinthians, Athletico-PR e Miami United. Também defendeu a Seleção Brasileira, e fez parte da Canarinho campeã da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005.
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