A Amazônia passará por um período de estiagem que será agravado pelo aumento das temperaturas
Nesta segunda-feira (1º), o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) emitiu um alerta aos órgãos de defesa civil para ficarem atentos à necessidade de medidas preventivas e de assistência à população. Nesse sentido, o órgão divulgou que a Amazônia pode passar por um período de seca severa.
De acordo com Flavio Altieri, analista do Censipam, a seca será semelhante à do ano passado na região. “A gente tem os efeitos do fenômeno El Niño que ainda interferem na região e mantêm o aquecimento do [oceano] Atlântico Norte e Sul que também interferem em pouca chuva na Amazônia.”
Assim, o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico registrou um déficit de 27% no volume de chuvas dos últimos dozes meses até abril deste ano.
De acordo com o superintendente de Operações de Eventos Críticos, Alan Vaz Lopes, apesar dos níveis de água dos rios da Amazônia terem grandes volumes, eles são muito sensíveis à falta de chuvas.
“Um pequeno déficit de chuva em determinado momento provoca uma grande redução de níveis de água e de escoamento dos rios. É por isso que a gente vê rios enormes tendo uma redução muito rápida nos níveis de água.”
Consequências da seca na Amazônia
Como um dos efeitos mais imediatos será a dificuldade de navegar nos rios. Por isso, muitas populações mais isoladas poderão sofrer com a locomoção para adquirir bens de consumo.
Dessa forma, a economia da região também sofrerá grandes impactos. Ano passado, por exemplo, apenas nos rios Solimões, Amazonas, Madeira e Tapajós, aconteceu o transporte de, pelo menos, 78,2 milhões de toneladas de carga.
Agora, pensando no território nacional, o abastecimento de energia do país poderá ser parcialmente comprometido, já que a região da Amazônia concentra 17 usinas hidrelétricas. Estas são responsáveis por 23,6% do consumo no Sistema Interligado Nacional.
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