17/11/2024
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Cinco fatores que ajudam a explicar a queda de rendimento do Atlético

Cinco fatores que ajudam a explicar a queda de rendimento do Atlético

Cinco fatores que ajudam a explicar a queda de rendimento do Atlético (Atlético vive crise esportiva, nas palavras do técnico Gabriel Milito)

O torcedor do Atlético tem motivos para estar preocupado. A equipe chegou a sete jogos sem vitória na temporada com a derrota por 1 a 0 para o Athletico-PR nesse sábado (16/11), na Ligga Arena, pelo Campeonato Brasileiro, e vive uma crise técnica a menos de duas semanas da final da Copa Libertadores. 

Mas como entender a queda de rendimento do time? O No Ataque traz, a seguir, cinco fatores que ajudam a explicar essa sequência negativa.

A última vitória do Galo foi há quase um mês, em 22 de outubro, quando bateu o River Plate-ARG por 3 a 0 na Arena MRV, na ida da semifinal da Copa Libertadores. É possível afirmar que essa foi a última partida em que o time comandado por Gabriel Milito apresentou um bom futebol.

Desde então, o alvinegro foi derrotado por Internacional, Flamengo (duas vezes), Atlético-GO e Athletico-PR e empatou com o próprio rubro-negro e o River Plate, que garantiu a ida à final da Libertadores. 

Cinco fatores para a queda de rendimento do Atlético

1- Desgaste físico 

É fato que disputar todas as finais possíveis na temporada tem pesado fisicamente para o Atlético. Milito até poupou os principais atletas durante boa parte do segundo turno do Brasileiro, mas isso parece não ter sido suficiente.

Os atacantes Paulinho e Hulk, dois dos melhores jogadores do time, estão atuando praticamente no sacrifício. O primeiro convive com uma lesão no joelho direito há um bom tempo, enquanto o segundo está com desgaste físico.

“Sabemos da importância dos jogos que vamos ter agora até o fim da temporada. (… ). Mas é isso, eu amo defender o Galo, amo defender essa camisa aqui, então mesmo com desgaste físico e com dores musculares procuro estar em campo para tentar ajudar”, disse Hulk.

Hulk durante Atlético x Flamengo na Arena MRV - (foto: Douglas Magno/AFP)

Hulk durante Atlético x Flamengo na Arena MRV(foto: Douglas Magno/AFP)

Milito também reconhece que o elenco está no limite físico e mental. Após o empate do Galo por 0 a 0 com o Flamengo na quarta-feira, no Maracanã, o treinador afirmou lamentou a situação da equipe no Brasileiro, mas citou o desgaste com os 67 jogos disputados na temporada.

“Para nós o Brasileiro tinha uma expectativa muito superior. Imaginávamos estar com muitos mais pontos do que temos atualmente. Acho que isso tem relação com ser a única equipe que vai jogar todas as partidas do ano. Não há uma outra equipe que vai jogar todos os jogos do Estadual, do Brasileiro, da Copa do Brasil e da Copa Libertadores”, pontuou. 

“Isso é muito, porque além disso, por trás de cada jogo está o desgaste físico, a preparação, mas há um desgaste emocional muito grande. São muitos jogos, e os jogadores querem ganhar, como todos. Nos vemos obrigados a fazer mudanças entre as partidas para poder chegar até a final das copas e tentar somar mais pontos no Brasileiro”, disse.

2- Elenco com poucas opções.

Algo que está diretamente ligado ao desgaste físico são as poucas opções de qualidade para Milito. Contra o Athletico-PR, por exemplo, o argentino acionou o lateral-direito Mariano, o meia Igor Gomes e o atacante Alan Kardec, que foram pouco utilizados ao longo da temporada. O único volante à disposição no banco era o jovem Paulo Vitor, de 20 anos, que ainda não se firmou.

Isso fica ainda mais escancarado quando o time joga na Data Fifa, já que o zagueiro Junior Alonso, o lateral-esquerdo Guilherme Arana, o volante Alan Franco e o atacante Eduardo Vargas são frequentemente convocados pelas seleções.  

Além de não conseguir fazer muitas alterações táticas, Milito se vê na obrigação de utilizar Paulinho e Hulk, já que os reservas eram Kardec – que tem um gol nesta temporada – e o jovem Caio Maia, de 19 anos, que tem apenas duas partidas como profissional.

O Atlético até teve todos os titulares à disposição nos jogos de copas dessa sequência sem vitórias, mas o elenco curto pesou no desgaste físico dos jogadores. Outro ponto é que, quando utilizou reservas, o time não conseguiu sequer bater o Atlético-GO, lanterna do Brasileiro.

3- Queda técnica de alguns jogadores 

O coletivo influencia diretamente no individual, mas alguns jogadores estão rendendo abaixo do esperado. O volante Otávio e o meia Gustavo Scarpa, por exemplo, já viveram melhores momentos na temporada.

O primeiro, inclusive, perdeu a vaga de titular para Fausto Vera, contratado na janela do meio de ano, e só joga com a ausência de Franco. Já o segundo não marca um gol desde 1º setembro e deu apenas duas assistências neste período.

Outro que pode ser citado é o meia Bernard. Cercado de expectativas no retorno à Cidade do Galo, o jogador ainda não conseguiu emplacar e não tem nenhuma participação em gol nos 22 jogos disputados. A principal opção para a vaga dele seria Zaracho, que não consegue emplacar uma sequência devido aos problemas físicos.

Na lateral-esquerda, Rubens tem sofrido muitas críticas quando substitui Arana, que por sua vez também não vive auge técnico e está em recuperação de uma entorse no tornozelo direito. Diante do Athletico-PR, Milito voltou a utilizar até Scarpa no setor para tentar uma melhora. 

4- Falta de dinâmicas ofensivas 

O Atlético chegou a quatro jogos sem balançar as redes nesse sábado. A equipe até teve algumas chances no jogo de volta da final da Copa do Brasil, mas nas demais partidas pouco criou para tal.

Contra o Athletico-PR foram 13 finalizações, mas nenhuma com perigo. Segundo o Sofascore, o expected goals (probabilidade de uma jogada resultar em gol) do alvinegro na partida foi de apenas 0,42.

“A partida de hoje (sábado), pontualmente, defendemos mal. Não geramos perigo, fizemos uma partida ruim. Isso me preocupa muito. Com toda a dor que geram essas derrotas, entendendo também a dor que provoca nos jogadores e nos torcedores”, afirmou.

O treinador, inclusive, não tem conseguido implementar as dinâmicas ofensivas do começo de trabalho, quando o time tinha facilidade para encontrar um homem livre ao inverter as jogadas. Agora, poucos jogadores atacam a última linha de defesa, o que torna o Galo um time monótono quando tem a bola. 

5- Espaços cedidos 

Por fim, o Atlético também convive com problemas do outro lado do campo. Otávio, que já não vive um bom momento, tem ficado sobrecarregado no meio. As marcações individuais não estão funcionando, e a equipe tem sofrido muito em contra-ataques.

O goleiro Everson foi vazado nove vezes nesta sequência negativa, mas poderia ter sido muito mais. Além de defender um pênalti no empate com o Flamengo no Brasileiro, ele foi o grande nome da final da Copa do Brasil na Arena MRV, com oito defesas.

“Por que estamos assim? É difícil encontrar uma explicação. Sei que as equipes têm momentos melhores e piores, mas claramente estamos em um momento futebolístico muito abaixo do que podemos oferecer”, lamentou Milito.

Milito durante Athletico-PR x Atlético - (foto: Pedro Souza/Atlético)

Milito demonstrou preocupação com o momento do Atlético(foto: Pedro Souza/Atlético)

Sequência da temporada

O Atlético terá pouco tempo para se recuperar. O time enfrentará o Botafogo em uma prévia da final da Libertadores na quarta-feira, às 21h30, no Independência, em Belo Horizonte, pela 34ª rodada do Brasileiro. 

Já a decisão do torneio continental está marcada para 30 de novembro, sábado, às 17h, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires-ARG.

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