Em uma ação pioneira, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) se tornou a primeira instituição de polícia judiciária do país a criar a sua própria Rede Estadual de Laboratórios de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). A instituição já conta com 17 LAB-LD, incluindo a unidade avançada na capital. Um dos municípios que recebeu este tipo de equipamento foi Ipatinga.
Conforme o órgão de segurança, os laboratórios são unidades especializadas dedicadas ao tratamento de grandes volumes de informações para a repressão à lavagem de dinheiro e aos delitos relacionados. Assim, a implantação da rede da PCMG foca no bloqueio de ativos financeiros, de forma a impactar no capital ilícito de sustentação do crime organizado.
Para tanto, a instituição trabalha na capacitação dos servidores e provê as unidades com técnicas, sistemas, equipamentos e procedimentos atualizados, tornando as investigações mais qualificadas para o combate às organizações criminosas.
A ampliação da Rede LAB-LD da PCMG, coordenado pela Superintendência de Informações e Inteligência Policial (SIIP), parte da necessidade de descentralização da ferramenta, implementada inicialmente. Este processo iniciou-se em 2020. A previsão é que até 2026 Minas conte com 31 laboratórios.
Além de Ipatinga e Belo Horizonte, os laboratórios já funcionam em Contagem, Curvelo, Itajubá, Juiz de Fora, Lavras, Montes Claros, Poços de Caldas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Unaí. O projeto também estará em funcionamento nas cidades de Barbacena, Divinópolis, Governador Valadares, Patos de Minas, Pedro Leopoldo, Pouso Alegre, Santa Luzia, Sete Lagoas e Vespasiano.
Investigação financeira Os relatórios gerados pelos laboratórios servem para subsidiar as apurações feitas nas delegacias, possibilitando analisar vínculos de suspeitos com valores, e, assim, no conjunto de provas, representar à Justiça por cautelares contra os alvos – busca e apreensão, bloqueio de bens, prisão, conforme o caso.
Diversas operações já foram desencadeadas pela PCMG, inclusive em conjunto com outros órgãos, visando à descapitalização de envolvidos no tráfico de drogas e em esquema de sonegação fiscal, por exemplo, que buscam dar aparência lícita – por meio de laranjas, empresas de fachada, entre outros recursos – aos bens adquiridos com dinheiro do crime.
“Nós temos plena capacidade de, a partir dos dados que temos à nossa disposição, utilizar tecnologias de última geração para tomar a decisão do ponto de partida da investigação. Podemos iniciar as grandes apurações de cima para baixo, ou seja, começando por pessoas que estão causando mais danos à sociedade, para otimizar os nossos esforços”, ressalta o coordenador da Rede LAB-LD, delegado Jonas Tomazi. (Com informações da Agência Minas)