Conquista devolve status perdido em 2019, mas especialistas destacam necessidade de manter alta cobertura vacinal para evitar novos de sarampo e rubéola
O Brasil recuperou o certificado de país livre do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), quatro anos após ter perdido o status devido a surtos e baixa vacinação. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) concedeu a recertificação após dois anos sem transmissão local da doença e elevação da cobertura vacinal. O anúncio foi feito em Brasília pela Opas e pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O certificado de eliminação, inicialmente obtido em 2016, foi revogado em 2019 após surtos em razão da queda na imunização. Em 2018, o Brasil registrou menos de 80% de cobertura da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), abaixo dos 95% recomendados. Em resposta, o país ampliou os esforços, incluindo campanhas de vacinação e monitoramento de novos casos. Desde 2022, não há registro de casos autóctones, e os poucos diagnosticados vieram de infecções externas.
Para manter o status de país livre do sarampo, especialistas reforçam a importância da vacinação. Dados indicam que 91,2% das crianças receberam a primeira dose em 2023, e 81,3% completaram o esquema com a segunda. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil, com ações de microplanejamento e vacinação escolar, foi elogiado pelo diretor do PNI, Eder Gatti, que destacou as melhorias nos indicadores nacionais.
No contexto global, o sarampo segue como ameaça, com 300 mil casos em 2022, especialmente em países com baixa cobertura vacinal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação evitou cerca de 154 milhões de mortes nos últimos 50 anos, com o sarampo representando aproximadamente 60% dessa cifra.
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