Apesar de o governador Romeu Zema (Novo) preterir o prefeito Fuad Noman (PSD) e confirmar o apoio à candidatura do deputado estadual Bruno Engler (PL) à Prefeitura de Belo Horizonte, o PSD seguirá na base do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A declaração foi dada pelo presidente estadual do PSD, Cássio Soares, nesta quinta-feira (17 de outubro).
Cássio, que, inclusive, lidera o bloco do governo na ALMG, afirmou que o partido, que, com dez deputados estaduais, tem a terceira maior bancada da Casa, não levará o anúncio a este ponto. “Temos muita responsabilidade com Minas Gerais, assim como estamos percebendo que os eleitores têm com Belo Horizonte, que sabem que Fuad é o melhor candidato”, disse o deputado estadual.
Entretanto, o presidente do estadual do PSD reconheceu que o partido não recebeu a decisão de “bom grado”. “Consigo compreender. Porém, é claro, não é algo que nós recebemos felizes, de bom grado. Mas vamos continuar tocando a campanha cientes de que sairemos vitoriosos. Os gestos vão ser digeridos ao longo do tempo”, disse o líder do bloco de Zema.
Ainda de acordo com Cássio, o apoio de Zema a Engler era, de certo modo, aguardado, em razão da “ligação que o governador tem com o presidente Bolsonaro”. “Nós vamos continuar a nossa campanha (Fuad) tranquilamente”, emendou o presidente estadual do PSD. A campanha de Fuad, embora tenha o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não quer nacionalizar a disputa.
Arrastado desde o fim do 1º turno, o apoio a Engler foi declarado por Zema em uma agenda em Sete Lagoas, região Central de Minas Gerais, onde, curiosamente, um candidato do PSD derrotou outro do Novo na disputa pela prefeitura. Com 43,23% dos votos válidos, o deputado estadual Douglas Melo foi eleito prefeito. Juninho Sinonô, do partido de Zema, teve 19,17% e ficou em terceiro.
A eventual saída do PSD da base de Zema era especulada em razão do incômodo entre os pessedistas com o embarque do governador na candidatura do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) à Prefeitura de Belo Horizonte. A avaliação era que um novo apoio do governador a um adversário de Fuad poderia provocar uma ruptura.
À época que Zema anunciou o apoio a Tramonte, deputados estaduais do PSD chegaram a afirmar que repetiriam, em 2º turno, o voto do candidato do Republicanos na proposta de adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Em 1º turno, Tramonte havia votado contra a proposta defendida pelo Palácio Tiradentes. Entretanto, o texto não chegou a ser votado em 2º turno.
Por outro lado, interlocutores da ALMG desconfiavam de uma potencial saída do PSD da base em razão da proximidade entre parlamentares da sigla e o governo Zema. Em 2023, o deputado estadual Duarte Bechir chegou a ser trabalhado como candidato do Palácio Tiradentes à presidência da ALMG. Além dele, Rafael Martins é considerado um dos deputados mais fiéis da base.
