23/10/2024
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Entidade projeta que combustível ‘limpo’ para aviação só deve atingir maturidade em 2035

Entidade projeta que combustível ‘limpo’ para aviação só deve atingir maturidade em 2035

Consideradas fundamentais no desejo brasileiro de usar a transição energética como motor para uma nova indústria, as tecnologias de hidrogênio verde e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) demandam ainda forte apoio governamental e só devem atingir a maturidade em 2035.

Essa é a avaliação da MIT Tech Review, publicação do braço de energia da renomada universidade americana, lançado nesta quarta-feira (16) no Rio de Janeiro, com base em entrevistas com executivos palestrantes do evento Energy Summit, que ocorreu em junho na cidade.

A publicação lista dez tendências no processo de transição energética, apontando gargalos e sugerindo medidas para governos, corporações e investidores acelerarem o desenvolvimento tecnológico e a geração de negócios.

Outras tendências citadas são a captura de carbono, o uso de inteligência artificial para eficiência energética, a geração distribuída de energia solar, o armazenamento de energia, pequenos reatores nucleares, a fusão nuclear, o uso de materiais mais avançados na indústria e a computação quântica.

Algumas, como a fusão nuclear, ainda estão em estágio muito inicial de desenvolvimento. Já o uso da energia solar para geração distribuída, na outra ponta, é amplamente disseminada atualmente.

“A inovação tecnológica é o grande motor da transição energética”, diz o CEO da MIT Technology Review, André Miceli. “Agora é a hora de investir em tecnologias que moldarão as próximas décadas”.

O Brasil é apontado como uma das lideranças no processo de transição, pela elevada capacidade de geração de energia renovável. Já começa a atrair projetos de hidrogênio verde, considerado fundamental para descarbonizar indústrias como a siderúrgica e a química.

Para os especialistas do MIT, os governos terão papel fundamental no desenvolvimento dessa tecnologia, com políticas de subsídio e créditos de carbono para fomentar a infraestrutura para produção, transporte e armazenamento.

Em agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou projeto de lei que cria incentivos a esse setor no Brasil, com renúncia fiscal de até R$ 18 bilhões. A expectativa é que a aprovação destrave projetos hoje em estudo no país.

Também no caso do SAF, o incentivo governamental é considerado fundamental pela publicação. E, também neste caso, o Brasil já aprovou uma lei para fomentar redução de emissões pelas companhias aéreas com o uso do combustível, que pode ser produzido a partir do etanol.

A MIT Technology Review entende que a adoção em larga escala dos dois produtos ocorrerá por volta de 2035. O horizonte de desenvolvimento das tecnologias durará entre 2025 e 2040, dependendo da agilidade na atuação de governos, empresas e investidores.

“As tendências deste relatório mostram que a transição energética é uma grande oportunidade e precisa ser conduzida com inteligência estratégica”, afirma Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, evento que será realizado anualmente no país para debater a inovação no setor.

“Políticas públicas robustas e o envolvimento de setores além do setor energético serão essenciais para que essas inovações sejam implementadas com sucesso, trazendo benefícios reais para a sociedade.” (NICOLA PAMPLONA/Folhapress)

 

 

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