Um debate com os líderes dos setores produtivos mineiros encerrou a programação da quinta edição do Imersão Indústria, realizado entre 1 e 3 de outubro, no Minascentro, em Belo Horizonte.
Os presidentes da Fiemg, Flávio Roscoe, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg Senar), Antônio de Salvo, e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) participaram de um painel que discutu os desafios da economia brasileira para a manutenção do bom desempenho nos três setores e no desenvolvimento econômico de Minas Gerais.
Grau de maturidade
A conversa teve como mediador Caio Coppolla, comentarista político da CNN Brasil e bacharel em direito.
Os três presidentes abordaram o grau de maturidade das entidades por se unirem e alinharem ações e projetos com o objetivo de melhorar o ecossistema dos respectivos segmentos no estado e no país, além de promover o bem-estar da sociedade, a partir da troca de conhecimentos e experiências.
Sem divisão
Flávio Roscoe disse que, na prática, não há uma divisão entre indústria, agricultura e comércio.
“As cadeias produtivas são integradas, um compra do outro, liga para o fornecedor do outro. O que estamos fazendo agora é integrar as representações para impulsionar o setor produtivo com uma só voz em defesa do empresariado brasileiro”, observou.
Cenário econômico
Coppolla fez uma leitura crítica do cenário brasileiro a partir das perspectivas de governo, da democracia, do Congresso e Judiciário, apontando desafios que ele considera que precisam ser superados e mexem com o cotidiano dos brasileiros.
Carga tributária elevada, ineficiência do estado na prestação de serviços públicos, ativismo em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e baixa renovação na política foram alguns pontos elencados por ele.
Desempenho da economia
Por outro lado, Caio Coppolla vê relação entre os bons resultados atuais da economia, como a baixa taxa de desemprego e a inflação dentro da meta, e as reformas e ações das gestores anteriores à atual.
Em relação à reforma tributária, promulgada pelo Congresso no fim do ano passado, Flávio Roscoe, Antônio de Salvo e Nadim Donato adotaram cautela ao falar do assunto e acreditam que o peso dos impostos vai seguir travando a economia do país.
Os dirigentes acreditam que a mudança na legislação tributária deveria ser precedida de uma reforma administrativa, vista por eles como imprescindível para reduzir o tamanho da máquina pública.
Ao final, Coppolla elogiou o debate promovido pelas federações e a relevância de cada uma no desenvolvimento do país.
“É importante que o setor produtivo se fortaleça ainda mais e tenha uma maior representatividade no Congresso”.
Resultados
O Imersão Indústria recebeu 5.170 inscrições, promoveu 56 horas de conteúdo, entre palestras e painéis, e contou com a participação de 132 palestrantes de diferentes setores econômicos.