22/11/2024
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Em meio à nuvem de fumaça provocada por queimadas, casos de síndrome respiratória aumentam em 15% na RMVA

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A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) registrou 474 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre janeiro e setembro de 2024. Os dados, atualizados na terça-feira (24) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais ( SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, aponta um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram contabilizados 409 casos nas cidades de Coronel Fabriciano, Ipatinga, Timóteo e Santana do Paraíso.

O cenário é ainda mais preocupante quando considerados os números da SRAG em toda a regional de saúde de Coronel Fabriciano, que engloba um número maior de municípios. As notificações saltaram de 556 em 2023 para 760 em 2024, o que representa uma alta de 34,28% nos primeiros nove meses do ano.

Especialistas atribuem o aumento dos casos de clima seco e de fumaça pelas queimadas, especialmente recorrentes no Vale do Aço. “A SRAG já vem todo ano no período sazonal, mas o grande aumento das queimadas tem prejudicado ainda mais”, afirmou Wallisson Medeiros, secretário de Saúde de Ipatinga, em coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira (20), durante a conferência de leitos de UTI pediátrica no Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM). Os novos leitos são destinados a crianças com quadros graves de doenças respiratórias.

Medeiros ressaltou ainda que as queimadas não só agravaram a situação como também prolongaram o período de alta incidência da doença. “Ela [queimada] prejudica muito, além de ampliar essa situação, que teria um período de fim na sazonalidade, mas devido à situação climática, tende a aumentar”, acrescentou o secretário.

Queimadas agravam doenças respiratórias

O pneumologista Marcos de Abreu, da Fundação São Francisco Xavier (FSFX)/Hospital Márcio Cunha e professor da Afya Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga, detalha os impactos da fumaça no organismo humano. “A fumaça de incêndio é composta por gases tóxicos, monóxido e dióxido de carbono. Nesse contexto, existe uma queda do oxigênio, esses gases se ligam à molécula de hemoglobina, dificultando o transporte de oxigênio para todos os órgãos e sistemas”, explicou Abreu. Ele acrescentou que, além do dano direto ao sistema respiratório, a baixa oxigenação pode causar consequências graves em outros órgãos, como morte e desmaios, resultantes da baixa oxigenação cerebral.

Nos casos mais graves de intoxicação pela fumaça, o quadro pode evoluir para coma, exigindo ventilação mecânica. “A depender do grau de exposição, o paciente deve ser avaliado imediatamente em um pronto atendimento. É fundamental realizar uma avaliação médica detalhada, observar a oxigenação e, se necessário, realizar exames como a gasometria arterial. Pacientes em estado grave podem até precisar de intubação”, destacou o pneumologista.

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