24/09/2024
19:27

Israel bombardeia alvos do Hezbollah no Líbano após maior ataque desde 2006

Israel bombardeia alvos do Hezbollah no Líbano após maior ataque desde 2006

Israel voltou a bombardear alvos do Hezbollah no Líbano na madrugada desta terça-feira (24), um dia após os intensos ataques que deixaram quase 500 mortos e aumentaram os temores de um conflito regional, quase um ano após o início da guerra em Gaza. Foi a maioria ofensiva israelenses contra a milícia xiita desde a guerra de 2006 e o dia mais mortal desde a guerra civil libanesa, que se arrastou de 1975 a 1990.

A Assembleia Geral da ONU em Nova York nesta terça-feira será dominada pelo medo de uma guerra ampla no Oriente Médio, após a intensificação da escalada militar entre o Exército israelense e o movimento islamista pró-Irã Hezbollah no Líbano.

Desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023 com o ataque do Hamas em território israelense, o Exército de Israel e o Hezbollah, que apoia o aliado palestino, trocam tiros quase diariamente ao longo da fronteira entre Israel e Líbano.

Mas na segunda-feira foi registrado o dia mais letal na região, quando Israel bombardeou “quase 1.600 alvos terroristas” no sul do Líbano e no Vale do Bekaa, no leste, redutos do Hezbollah.

Ao menos 492 pessoas morreram nos ataques, incluindo 35 crianças e 58 mulheres, e 1.645 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde libanês. Vários integrantes do Hezbollah morreram nos bombardeios, afirmou o Exército israelense.

Durante a madrugada desta terça-feira, as tropas israelenses voltaram a atacar “dezenas de alvos do Hezbollah em diversas áreas no sul do Líbano”, informou um comunicado militar.

Mais de 50 projéteis foram lançados nesta terça-feira a partir do Líbano contra o norte de Israel, segundo as forças militares israelenses. “A maioria dos projéteis foi interceptada”, afirmou o Exército.

O grupo islamista anunciou que lançou mísseis Fadi 2 contra Israel durante a noite. O Exército israelense confirmou ter detectado quase 20 disparos.

“Massacre”
“É uma catástrofe, um massacre”, declarou à reportagem Jamal Badran, médico de um hospital de Nabatiye, no sul. Milhares de libaneses fugiram das áreas bombardeadas, segundo o Ministério da Saúde, e buscaram refúgio em Beirute ou Sidon, a maior cidade do sul do país.

Muitas pessoas passaram a noite em seus veículos, bloqueadas nas rodovias que levam à capital. “Quando os bombardeios se intensificaram e ficaram mais próximos, as crianças ficaram com medo e decidimos partir”, disse Hasan Banjak, refugiado em uma escola de Sidon.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recomendou na segunda-feira aos libaneses que “afastem-se das áreas perigosas” durante a “operação”.

o chefe de Governo libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” contra seu país, onde as escolas permanecerão fechadas nesta terça-feira.

Risco de “guerra total”
“Estamos quase à beira de uma guerra total”, alertou o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell. A França solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o Líbano esta semana.

Em apenas um dia, o Exército de Israel “neutralizou dezenas de milhares de foguetes e munições”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, para quem o Hezbollah vive “a semana mais difícil desde a sua criação” em 1982.

O Exército também anunciou um “bombardeio seletivo” em Beirute, que teve como alvo, segundo o Hezbollah, o comandante da frente sul do movimento, Ali Karake, que saiu ileso. Israel está alterando a “relação de forças” no norte do país, segundo Netanyahu.

O Hezbollah prometeu que continuará atacando Israel “até o fim da agressão em Gaza”. As hostilidades entre Israel e o Hezbollah aumentaram desde a onda de explosões de dispositivos de comunicação do movimento islamista na semana passada, atribuídas a Israel, ação que provocou 39 mortes, segundo as autoridades libanesas.

Na sexta-feira, Israel desferiu um novo golpe na milícia pró-Irã com um bombardeio na periferia sul de Beirute que matou 16 membros da sua força de elite, incluindo o seu líder, Ibrahim Aqil. (AFP)

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