Indireta a Elon Musk e defesa da legislação nacional marcam fala do presidente Lula na ONU
Durante a abertura dos debates da 79ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma crítica velada ao bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter) e da Starlink. Lula afirmou que é essencial que as plataformas digitais respeitem as leis dos países onde atuam, defendendo a soberania do Brasil sobre seu território, inclusive no ambiente digital.
“Não se pode permitir que corporações ou plataformas digitais se considerem acima da lei. A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras”, declarou Lula, reforçando a necessidade de garantir o cumprimento das leis para proteger a soberania do país. Essa crítica ocorre em meio ao conflito entre Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF), após o X se recusar a cumprir ordens judiciais brasileiras, embora a empresa tenha sinalizado recentemente uma disposição para se adequar.
Além desse tema, o presidente brasileiro voltou a defender a responsabilidade dos países ricos no apoio às nações mais pobres no combate às mudanças climáticas. Lula citou a recente crise ambiental no Brasil, com enchentes no Rio Grande do Sul e incêndios que devastaram milhões de hectares no país. Ele reafirmou o compromisso de erradicar o desmatamento na Amazônia até 2030 e destacou a importância da transição energética e da bioeconomia.
Esses pontos refletem as prioridades do atual governo brasileiro, especialmente após a confirmação de que o Brasil será sede da COP-30, em 2025. Lula também discutiu temas como a redução da exploração de combustíveis fósseis e a produção de hidrogênio verde, alinhando sua fala com compromissos globais de desenvolvimento sustentável.
Lula ainda cumpre compromissos em Nova York até quarta-feira (25), quando participará da sessão de abertura da reunião ministerial do G20, antes de retornar ao Brasil.
Foto destaque: Reprodução/Ricardo Stuckert
