O que era parte de um sonho, um momento de diversão e lazer, se transformou em uma grande dor de cabeça para as dezenas de vítimas. Uma das pessoas lesadas é Raissa Lavínia, moradora de Ipatinga, que havia contratado os serviços da empresa para uma festa de aniversário de sua filha, que aconteceria no mês de outubro.
“Foi um buffet de 100 pessoas e foi no valor de R$ 1.800. Eu paguei o valor total a vista no pix. Ela ficou de mandar o contrato e eu até estava planejando ir lá para resolver pessoalmente, porque por telefone ela enrolava muito, respondia a hora que ela queria e depois sumia novamente. O sentimento que a gente tem primeiramente foi de choque, depois vem o sentimento de revolta. Estamos procurando ela, queremos satisfação, resposta e quando a gente começou a perceber que ela realmente tinha sumido e que não estava tendo muito o que fazer, veio o sentimento de total tristeza e impunidade, porque a gente registrou o boletim de ocorrência, a gente fez tudo que precisava ser feito, que estava ao nosso alcance, mas, pelo visto, nada vai acontecer e é inclusive isso que a gente quer, a gente quer cobrar das autoridades, da polícia mesmo, de ir atrás dela, expedir o mandado de busca e apreensão porque as provas estão aí, tem print, tem chamada gravada de voz com ela, tem tudo que possa imaginar comprovando que foi um golpe, foi estelionato”, desabafou.
Lavínia relata ainda que pouco tempo após realizar o pagamento à proprietária do buffet, tentou receber o dinheiro investido devido a um problema de saúde familiar. No entanto, o estorno foi negado por parte da suspeita de ter aplicado golpes.
“Perto da data que eu havia feito o pagamento, a minha filha teve um problema de saúde e que ia me custar R$ 2 mil o tratamento dela. E como tinha pouco tempo que eu tinha pago, eu recorri à Karen, do Happy Day, e pedi a ela que fizesse o estorno do valor, como estava recente, que não ia prejudicar ela, e eu cancelaria a festa e ela não aceitou. Ela falou que não podia porque ela já havia pago todos os fornecedores para realizar a festa”, complementou.
Conforme apurado pela reportagem, mais de 50 pessoas afirmam ter sido lesadas e o prejuízo já ultrapassa R$ 80 mil. A reportagem procurou a responsável pela empresa, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos retorno.
Em uma nota publicada nas mídias sociais, foi alegado por parte da empresa que “não houve intenção de deixar qualquer cliente na mão”. Além disso, a proprietária alega estar ciente das obrigações legais e trabalha para resolver tudo da melhor forma possível de acordo com sua realidade financeira atual.
A empreendedora justificou que o incêndio no ponto comercial no mês de agosto do ano passado gerou grandes prejuízos e que não foi possível se recuperar financeiramente. Em uma mensagem automática enviada a uma das clientes, a qual a Itatiaia teve acesso, a proprietária ainda afirma que o estabelecimento não possui recursos financeiros para ressarcir os clientes, mas mesmo assim firma o compromisso de pagar posteriormente.
