Em 27 de agosto de 2023, o Atlético comemorava a realização de um sonho em grande estilo: com vitória sobre o Santos (2 a 0), pela 21ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, o Galo inaugurou a Arena MRV – a mais nova “casa” do clube em Belo Horizonte. Entre acertos e erros, um ano após a partida histórica, a gestão do estádio segue oferecendo grandes desafios à diretoria alvinegra.
Foram mais de três anos entre o início das obras e o primeiro compromisso oficial do Atlético na Arena MRV. O período alimentou expectativas dos atleticanos, que acompanhavam de perto a evolução da construção – principalmente por meio das redes sociais.
Do jogo contra o Santos até os dias atuais, o Galo aprimorou a operação do estádio em aspectos fundamentais para a experiência dos torcedores. Limpeza, serviço de internet e atendimento nos bares foram alguns deles. Novas tecnologias também foram instaladas, como o extenso painel de LED que preenche todo o anel intermediário e exibe mensagens de interação durante os duelos.
Em contrapartida, dois pontos têm gerado “dor de cabeça” para a administração do Atlético. Dentro das quatro linhas, as condições do gramado da Arena MRV são motivo de preocupação alvinegra praticamente desde a inauguração. Nas arquibancadas, a acústica do estádio contrariou promessas, decepcionou torcedores e tem sido alvo de estudos por parte do clube.
O que o Atlético tem feito para solucionar os problemas da Arena MRV?
Gramado
No início de agosto, após críticas de torcedores, jogadores e comissão técnica, o Atlético voltou a trocar parte do gramado da Arena MRV. Cerca de 60% do piso foi substituído pela grama do tipo “ready to play” – “pronta para jogo”, em português.
Ainda assim, o gramado segue sendo alvo de tratamento intensivo por parte do clube, que ainda não consegue oferecer condições ideais de jogo no estádio. Após mandar partida contra o Fluminense no Mineirão, no último sábado (24/8), o Galo deve retornar à casa própria em 12 de setembro, diante do São Paulo.
De acordo com Bruno Muzzi, CEO do Atlético, o Galo trabalha com três possibilidades para 2025: manter o gramado natural, implementar gramado híbrido ou substituir completamente o piso pelo sintético. A diretoria ainda discute as ideias.
A primeira opção exigiria trocas constantes devido à baixa incidência de luz solar na parte interna da Arena MRV. Já a segunda delas exigiria o maior investimento. Por fim, a troca pelo sintético custaria entre R$ 6 milhões e R$ 12 milhões, mas só seria possível mediante acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em virtude de questões legais.
Acústica
Já na questão acústica, o Atlético trabalhou com duas medidas principais nos últimos meses. Primeiro, instalou caixas de som com o sistema “voice lift” – “elevador de voz”, na tradução literal – para facilitar a propagação do som no estádio. Depois, concentrou esforços para reunir torcidas organizadas em setores próximos na Arena MRV.
Novas iniciativas estão sendo estudadas pelo clube. A próxima intervenção deve ser a instalação de um material de revestimento ainda indefinido abaixo das telhas do estádio.
“Estamos fazendo estudos que ficam prontos até o final do ano para poder ver qual material devemos utilizar para colocar abaixo das telhas – que são as grandes vilãs da história. Porque aquelas telhas são perfuradas e têm camadas de lã de rocha, que foram uma obrigação de licenciamento. A gente precisava manter 95 decibéis dentro da Arena. A cobertura inicial não era com essas telhas. Tivemos que refazer”, disse Bruno Muzzi em entrevista à Rádio 98, na última sexta-feira (23/8).
“Estamos olhando que tipo de material, como ele se comporta, para a gente colocar ali por baixo dessa telha perfurada para que o som não seja tão absorvido como é na Arena MRV. Fizemos até um teste muito bacana com uma sala acústica, com dimensões adequadas e revestimento. Toda padronizada para dar o maior nível de reverberação possível”, acrescentou.
Números do Atlético na Arena MRV
Mesmo com os desafios, o Atlético tem demonstrado força na nova casa. Foram 20 vitórias, sete empates e apenas cinco derrotas em 32 jogos – números traduzidos em um aproveitamento de 69,7%. Na somatória dos confrontos, o Galo marcou 58 gols e sofreu 27.
Tidos como integrantes de uma das melhores duplas de ataque do futebol brasileiro, Hulk e Paulinho foram os principais responsáveis por comemorações dos atleticanos na Arena MRV. Cada um dos jogadores marcou 15 gols na nova casa alvinegra, e os dois dividem posto de artilheiros do local.
Em termos de frequência de atuações, Paulinho se destaca. O carioca esteve presente em 30 dos 32 compromissos do Atlético no estádio.
Fora das quatro linhas, a média de público alvinegra na Arena MRV é de 34.388 torcedores por partida. A bilheteria total fez com que o clube superasse a marca dos R$ 40 milhões em arrecadação líquida na nova casa.
Os números comprovam a força do Galo no estádio – tanto em termos esportivos como financeiros. Nos bastidores, de toda forma, a gestão alvinegra trabalha para que esses dados se tornem ainda mais positivos.
A notícia Arena MRV completa um ano e oferece grandes desafios ao Atlético foi publicada primeiro no No Ataque por Lucas Bretas.