A habitual liberdade de Galvão Bueno para circular nos meios esportivos, ao longo de seus 40 anos na Globo, não é a mesma que o experiente narrador encontra nas exibições em seu canal no YouTube. Ele revelou ter encontrado dificuldades durante a primeira Olimpíada independente devido às limitações sobre direitos de transmissão.
Em Paris, o narrador atuou na criação de conteúdo para o canal GB e para a Globo. Na emissora carioca, fez crônicas diárias para o programa Central Olímpica. No YouTube, apresentou um programa diário e desenvolveu conteúdos em vídeo. Porém, sem poder exibir as imagens em seu canal ao longo dos Jogos, Galvão relatou o desafio no novo cenário.
“Para quem não tem direitos, é mais difícil mesmo. Se você tem a transmissão, como tinha a Globo e como tinha a Cazé TV, você tem o momento. Então, a opção feita foi qualidade, informação e conhecimento (…). A gente passava informação, a gente dava a nossa opinião, fazia nossos comentários. Muitas vezes, a gente explicava o que era uma Olimpíada, os motivos de algum atleta não ganhar uma medalha. Fizemos uma coisa diferente, com toda a dificuldade de não ter direitos, de não ter transmissão, mas conseguimos chegar em milhares de dezenas de pessoas”, explicou, em entrevista ao F5.
De acordo com Galvão e sua equipe, o canal, que conta com mais de 1 milhão de inscritos, alcançou 80 milhões de pessoas em todas as redes durante a Olimpíada de Paris.
Ciente das características deste segmento, o narrador é categórico sobre produzir conteúdos visando o engajamento a qualquer custo.
“Não fui a Paris para fazer gracinha, contar piada ou ficar gritando. Nós fomos a Paris para levar informação ao nosso espectador. Eu me considero fazendo televisão dentro, eu não sou um youtuber, me considero fazendo televisão dentro do YouTube, dentro dessa nova mídia. Então, montamos uma equipe com essa qualidade de velhos parceiros de muitas e muitas jornadas de Olimpíadas, de Copa do Mundo, de Fórmula 1, de tudo isso”, disse o experiente narrador.
Próximos passos de Galvão Bueno
Galvão Bueno, de 74 anos, vai tirar uma pausa de um mês após a cobertura da Olimpíada. Na sequência, ele terá o desafio de revelar um narrador durante a gravação de um reality na Globo.
A expectativa é iniciar a produção a partir de setembro. Além disso, terá um especial de fim de ano na emissora, com a qual tem contrato até o fim de 2024.
Outra novidade será a mudança de nome de seu canal, já que a atual logomarca acabou sendo associada a Globo e gerou confusão em muitas pessoas em Paris.