A norte-americana Nikki Hiltz, que nasceu mulher, mas se identifica como transgênero e não-binária, está classificada para a final dos 1.500 metros feminino dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
A californiana de 29 anos avançou para a decisão com o terceiro melhor tempo: 3m56s17.
A grande favorita da prova é a queniana Faith Kipyegon, dona do recorde mundial (3m49s04). Ele é a atual bicampeã olímpica dos 1.500 metros. Em Paris, já conquistou a Prata nos 5.000 metros.
Em 2021, Hiltz anunciou que era transgênero e não-binária. “Às vezes, acordo me sentindo uma rainha poderosa. Em outros dias, como se eu fosse apenas um cara sendo um cara. Outras vezes, me identifico completamente fora do gênero binário”, postou no Instagram.
“É complicado e complexo, e algo que ainda estou tentando entender, mas decidi que é hora de compartilhar minha fluidez de gênero com todos vocês”, afirmou.
“Postar isso é emocionante e assustador, mas eu sou e sempre serei uma crente muito forte de que vulnerabilidade e visibilidade são essenciais para criar mudança social e aceitação. Então, aqui estou eu, mais uma vez, ‘saindo do armário’ para ser meu verdadeiro ‘eu’ autêntico”, completou Hiltz.
Sem testosterona
A World Athletics Council (órgão regulador) proibiu transgênero de competir em caso de uso de testosterona. Em função disso, a norte-americana não mudou o corpo com esteroides.
“Ir para a Olimpíada é um sonho, assim como também é poder tomar testosterona, ou deixar os pelos faciais crescerem, ou fazer uma cirurgia de mama”, revelou a atleta, em entrevista de junho do ano passado.