Não parecia um dia comum para José Roberto Guimarães. Aos 70 anos, o experiente treinador da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei se sentia mais nervoso que o normal na manhã desta terça-feira (6/8). Tudo por causa das quartas de final contra a República Dominicana, na Arena Paris Sul 1.
“É o jogo mais complicado dos Jogos Olímpicos. Saí da Vila pensando: ‘Não estou preparado para ir embora. Não estou, não estou, não estou, não estou’. Estava caminhando para o ônibus e o batimento estava 106. Não é normal, não fico assim. É 76, 77. Estava estranho. Mas vim com este pensamento: ‘Vamos ficar, vamos ficar, vamos ficar’”, confidenciou.
Zé Roberto explicou que estava tenso com a possibilidade de ser eliminado nas quartas de final e, com isso, ficar fora da disputa por medalha. Mas deu tudo certo. O Brasil venceu as dominicanas por 3 sets a 0 e avançou à semifinal para enfrentar EUA ou Polônia. A equipe está a uma vitória do pódio.
“Tem que manter. O que vai acontecer…? Se você me perguntar se estou feliz até hoje? Estou. Muito. Só que preocupado. Tenso, muito tenso”, pontuou Zé, que, ao mesmo tempo, mostrou confiança e orgulho da Seleção. “O mais importante é que entramos na zona de medalha. Estamos vivos, e isso é muito importante neste momento”, prosseguiu, antes de citar a imprevisibilidade da Olimpíada.
“Olimpíada, tudo pode acontecer. É um mistério. As pessoas falam: ‘Você tem experiência em Olimpíada’. Eu não tenho experiência em Olimpíada. Nada do que eu vivi vou viver de novo. Tudo bem, tem a Vila (Olímpica), os cuidados e tal… Mas do nada acontecem coisas…”, fechou.
Campanha do Brasil em Paris 2024
A Seleção Brasileira tem campanha perfeita no vôlei feminino nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 até aqui. São quatro vitórias em quatro partidas. Na fase classificatória, o Brasil superou Quênia, Japão e Polônia – todos por 3 sets a 0. Nas quartas, eliminou a República Dominicana, também por 3 a 0.