Rebeca Andrade, presente em tantas finais da ginástica artística, tem sentido fisicamente o peso das competições, principalmente por causa das lesões que já sofreu e precisa conviver. Após vencer a prata no individual geral em Paris 2024, nesta quinta-feira (1º/8), a brasileira indicou que deixará de disputar a prova.
A brasileira encerrou a disputa com nota 57.932. No salto, tirou 15.100. Nas barras assimétricas, conseguiu 14.666. Na trave, atingiu 14.133. Por fim, no solo, arrancou 14.033 dos juízes. Simone Biles levou o ouro a acumular nota 59.131.
Para mim, é muito difícil fazer individual geral. Foram três dias de completão, fazendo os quatro aparelhos, já é muito complicado. Depois, as minhas lesões acabam ficando um pouco mais difíceis, mas eu acho que, para qualquer atleta, independentemente de lesão ou não, é muito difícil fazer o individual geral. E ai, gente, também já deu, né? (risos) Bom, eu fiz o melhor aqui, eu terminei bem, graças a Deus. Não vou ficar com o peso na consciência e falar, ‘será que eu vou ter que fazer o que vem de novo?’. Não, tá tudo certo. Mas eu estou tranquila com isso também, faz parte do esporte.
Rebeca Andrade, ginasta
Somente nesta edição da Olimpíada, a ginasta de 25 anos fez as quatro rotações três vezes: nas qualificatórias, na final por equipes e na final individual. Sem contar, é claro, a atuação em outras competições durante o ciclo olímpico.
A prova é fisicamente desgastante. Pesa para Rebeca o histórico de lesões. Nessa terça-feira (30/7), ao vencer o bronze na decisão por equipes, ela falou que pensa em aposentar e mencionou os danos físicos: “Para mim, é muito difícil fazer o individual geral várias vezes. Tem a parte dos inferiores, depois de tantas lesões. Porque não tenho só as lesões do joelho direito, tenho do joelho esquerdo, uma em cada pé”.
Pelas declarações, a presença de Rebeca em Los Angeles 2028 é incerta. Ela cogita ir à próxima edição dos Jogos Olímpicos, mas sem competir em todos os aparelhos e no individual geral, prova em que ela já é duas vezes medalhista de prata.
Acumuladora de feitos
Rebeca Andrade foi a primeira ginasta do Brasil a medalhar em Olimpíada – conquistou o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio 2020.
Ao terminar em terceiro na final por equipes em Paris 2024, tornou-se a primeira ginasta da história do país a conquistar medalha de ouro, prata e bronze em Jogos Olímpicos.
Nesta quinta-feira, ao vencer a prata no individual geral, tornou-se a atleta brasileira com mais medalhas na história da Olimpíada. Se subir ao pódio mais uma vez, igualará os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt como maiores medalhistas brasileiros do torneio. Caso a ginasta fature quatro medalhas em Paris 2024, ela se tornará a maior medalhista do Brasil em Olimpíada.
E é possível. Rebeca Andrade ainda tem três finais pela frente e é favorita ao pódio em todas, assim como Simone Biles, maior rival.
Finais de Rebeca Andrade na ginástica artística em Paris 2024
- Salto, com Rebeca – 3/8 (sábado), às 11h20
- Trave, com Rebeca e Júlia Soares – 5/7 (segunda-feira), às 7h38
- Solo, com Rebeca – 5/8 (segunda-feira), às 9h23
A notícia Rebeca Andrade indica que vai deixar de disputar prova: ‘Já deu, né?!’ foi publicada primeiro no No Ataque por João Vítor Marques – Enviado especial a Paris.