BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a situação na Venezuela após as eleições que declararam como vencedor Nicolás Maduro, mas que são contestadas pela oposição local.
Em conversa de cerca de meia hora, de acordo com o Palácio do Planalto, Lula disse que tem mantido “acompanhamento permanente” do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas desde o último fim de semana. Amorim se encontrou na última segunda-feira (29) com Maduro e com o candidato de oposição, Edmundo González.
Lula teria reiterado a posição do Brasil de trabalhar pela “normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”. O petista ainda teria defendido a publicação das atas eleitorais do pleito.
Na mesma conversa, Biden confirmou presença na Cúpula do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, em novembro, no Rio de Janeiro, sob presidente do Brasil.
De acordo com o Planalto, Lula confirmou o líder americano a participar de uma reunião de “países democráticos contra o extremismo”, a ser realizada em setembro, em Nova York, de forma paralela à próxima Assembleia Geral da ONU.
Por fim, segundo o governo, Lula cumprimentou Biden pela “magnânima” decisão de ter desistido da candidatura à reeleição nos Estados Unidos, dando lugar à vice-presidente Kamala Harris na disputa contra Donald Trump.
Em nota, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília disse que os dois líderes “concordaram com a necessidade de uma liberação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados pelas autoridades eleitorais venezuelanas”.
“Eles compartilharam a perspectiva de que o resultado das eleições venezuelanas representa um momento crítico para a democracia no hemisfério, e se comprometeram a manter uma coordenação estreita sobre o assunto.
Nesta terça-feira, o PT divulgou uma nota em que reconhece a vitória de Nicolás Maduro na eleição. Os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informam que ele foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% de Edmundo González. A oposição, no entanto, afirma que González venceu com 70%. O órgão que organiza o processo na Venezuela é totalmente controlado pelo regime.