A interceptação de dois bombardeiros dos Estados Unidos pela Rússia, no domingo (21/7), é mais um capítulo de rivalidade entre os países. Os russos enviaram aviões de combate para evitar que os ataques norte-americanos cruzassem a fronteira no Mar de Barents, no Ártico.
Esse tipo de ação é comum por parte do exército dos EUA, que realiza regularmente voos sobre águas internacionais, operações que afirmam serem conduzidas em espaço aéreo neutro e de acordo com o direito internacional. Mas nos últimos meses a Rússia respondeu de forma mais agressiva a este tipo de manobra. Em junho deste ano, os russos chegaram a alertar que os voos de drones americanos sobre o Mar Negro corriam o risco de conduzir a um confronto militar “direto”.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que no ataque desse domingo, os caças pretendiam interceptar um “alvo aéreo que se aproximasse da fronteira estatal da Federação Russa”. “As tripulações dos caças russos identificaram o alvo aéreo como dois bombardeiros estratégicos B-52H da Força Aérea dos EUA”, disse. “Quando os caças russos se aproximaram, os bombardeiros estratégicos dos EUA corrigiram o seu curso de voo, afastando-se e depois desviando-se da fronteira estatal russa”, acrescentou o ministério.
Guerra Fria
No dia 11 de julho, o Kremlin também afirmou que o plano dos Estados Unidos de instalar periodicamente mísseis de longo alcance na Alemanha levará a um confronto ao estilo da Guerra Fria entre a Rússia e o Ocidente. “Estamos dando passos firmes em direção à Guerra Fria. Todos os atributos da Guerra Fria com uma confrontação direta estão retornando”, declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, a um repórter da TV estatal.
A Casa Branca anunciou que, a partir de 2026 e de forma pontual, os Estados Unidos vão implantar novos mísseis na Alemanha para fins de dissuasão, os quais terão um alcance maior do que aqueles atualmente instalados por Washington na Europa. Os países da aliança militar, liderados pelos Estados Unidos, reforçaram suas defesas na Europa na esteira da ofensiva russa contra a vizinha Ucrânia iniciada em 2022.
“Tudo isso está sendo feito para garantir nossa derrota estratégica no campo de batalha”, afirmou Peskov.
“Isso não é motivo para pessimismo, pelo contrário, é motivo para nos unirmos e usarmos todo o nosso enorme potencial para alcançar todos os objetivos que estabelecemos no âmbito da operação militar especial na Ucrânia”, acrescentou.
Por sua vez, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, defendeu a decisão de Washington, que considerou “necessária, importante e no momento certo”, apesar do crescente temor de uma nova corrida armamentista. (Com informações da AFP)