BRASÍLIA – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ironizou nesse sábado (20) a suposta quebra ilegal de seus sigilos nas investigações que apuram a prática de “rachadinhas” no gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando ele ainda era deputado estadual. A prática consistiria na devolução de parte dos salários dos servidores pagos com dinheiro público ao parlamentar.
Ao participar de um ato de pré-campanha do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) à Prefeitura de Niterói (RJ), o senador, que estava acompanhado do pai, Jair Bolsonaro (PL) e de outras lideranças da direita, recebeu uma cartinha escrita e entregue a ele por uma criança chamada Manuela. A mensagem “Eu te amo Bolsonaro” era destinada a Bolsonaro, mas Flávio disse que a abriu mesmo assim.
“Era para você presidente, mas eu tomei a liberdade de abrir. Quebrei seu sigilo. Todo mundo está quebrando o meu, não tem que ter autorização judicial. Então, quebrei o seu sigilo também”, declarou ela.
Gravação e suspeita de uso da máquina pública
Na última semana, o áudio de uma reunião realizada em outubro de 2020 entre Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e as advogadas de Flávio teve o sigilo derrubado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Com duração de 1 hora e 8 minutos, o conteúdo foi encontrado pela Polícia Federal no computador do ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também participava do encontro e o gravou secretamente.
O grupo discutia estratégias para blindar o senador no inquérito das “rachadinhas” que tramita em primeira instância no Rio de Janeiro. A PF suspeita de uso da máquina pública durante o governo Bolsonaro em favor de sua família.
